A cortina paulistana

Nosso assunto começa na metade dos anos de 1940. São Paulo (a cidade) já era uma potência econômica (se comparada a outros estados brasileiros), com três milhões de habitantes mas não possuía nenhuma companhia de teatro verdadeiramente paulistana. O que haviam eram nomes já célebres, todos cariocas, que vinham realizar temporadas aqui. Geralmente encenadas em poucas semanas para um público quase restrito (a população não tinha ainda o hábito de ir ao teatro).
Popularmente os espetáculos que predominavam eram o cinema (muitos, em todo o centro paulista e alguns extremamente “chics”) e os circos. O cinema predominantemente hollywoodiano e o circo, geralmente internacional. Em nosso comentário deixemos de lado o Theatro Municipal com repertórios e elenco próprio, mas destinado a elite intelectual e econômica. Esta mesma elite recebia de vez em quando a Comédie Française, o teatro italiano e o teatro polonês que passavam pela chamada “terra da garoa” a caminho de Buenos Aires, Argentina.
As coisas começaram a mudar no então incipiente teatro bandeirante com o surgimento do Teatro Brasileiro de Comédia, inaugurado em 11 de outubro de 1948 na rua Major Diogo no bairro da Bela Vista. Tudo por conta do (rico) empresário Franco Zampari, que além de administrar suas indústrias, tinha uma enorme devoção pelo palco.
Acertadamente, Zampari começou com um elenco permanente que estudaram exaustivamente as peças encenadas (no início, geralmente europeias), contratou um diretor artístico de nome complicado, Ziembinski (que praticamente inaugurou o teatro brasileiro moderno com a encenação do histórico “Vestido de Noiva” com a companhia Novos Comediantes, no Rio de Janeiro, início da década de 1940).
Depois, Franco Zampari mandou buscar diretores, a maioria italianos como: Adolfo Celi, Flaminio Bollini, Luciano Salce, Ruggers Jacobi, cada um com seu método, diferente de outros. E o elenco? Para representar as peças propostas por estes diretores, o empresário Zampari precisava de artistas nacionais de alto nível de interpretação e experiência. Daí surgiram alguns que hoje são considerados “monstros sagrados” da cena nacional, como: Sérgio Cardoso, Cacilda Becker, Paulo Autran, Cleyde Yáconis, Leonardo Villar, Dina Lisboa (da família Lisboa, daqui de Itapetininga).
Concomitante ao aparecimento do Teatro Brasileiro de Comédia (o T.B.C.), surgiu também a Escola de Arte Dramática para a formação de futuros atores, dirigida por Alfredo Mesquita e que funcionava no segundo andar do prédio do TBC. Lá, os alunos aprendiam tudo sobre teatro e depois entravam (a maioria) no elenco do Teatro Brasileiro de Comédia. Entre os professores, Cacilda Becker. O TBC deu oportunidade para que o público entrasse em contato com grandes autores internacionais e nacionais como: Shakespeare, Gorki, Jean-Paul Sartre, Tennessee Williams, Arthur Miller, e Dias Gomes.
Na metade de 1950 surgiram as companhias do Oficina e Arena. Mas isto é outra (e longa) história, ambos com técnicas teatrais diferentes do TBC.

 

Se fato é foto…

O casal itapetiningano Renata Jensen (empresária) e Cadu D. Andrea conheceram a região da Capadócia que fica na Turquia. Foto – Arquivo Pessoal

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