Como já disse, mas repito, uma vez mais, pois estou na fase de repisar, repisar e repisar. O Seminário Presbiteriano C. exerceu uma influência grande e muito grande na minha vida. Posso dizer que tudo que fui e tudo que sou, dependo do Seminário. Ingressei no ano de 1956, quando morria a infância e nascia a adolescência. Tudo era novidade. Tinha que estudar Português, Latim, Francês, História, Geografia, Catecismo, Caracteres Bíblicos, Doutrina e depois grego, Hebraico, Isagoge, Exegese, Teologia Sistemática e Filosofia e por aí vai. Fazia meditação e tudo tinha a sua hora. Hora para levantar-se da cama; hora para meditar; hora para participar das cerimônias religiosas; hora para cada aula; hora de recreio, que era a melhor hora; hora para jantar; hora para estudar para o dia seguinte; hora para orar para dormir bem e a última hora era para dormir. Silêncio total. A mente não parava e repetia uma oração em Latim para que o sono viesse logo com sonhos bons. Num solilóquio dizia: “Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomem tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum supersubstantialem da nobis hodie……Quase sempre dormia, quando tinha que pronunciar o vocábulo latino “supersubstantialem”. Como era difícil pronunciar tal palavra! O professor de Latim era um homem mal-humorado e eu aproveitava para decorar e recitar. Eu acordava às seis horas com o badalar do sino. Passei a ter raiva daquele instrumento de bronze e um dia fui tentado a dar sumiço naquele badalo que me acordava. Não tive coragem e por fim me acostumei.
No Seminário, aprendi que não se devia usar “gíria”, pois segundo o meu professor de língua portuguesa era a linguagem de malfeitores, malandros e assim por diante. Depois, na Faculdade de Letras, fiquei sabendo que havia as gírias de estudante, advogados e outras profissões. Não deveria, como aprendi na casa de profetas, usar jamais no púlpito gírias, tribuna sagrada, antigo altar, no século XVI. Hoje, no século XXI, a tribuna virou palco e os que se dizem religiosos, são animadores de auditórios. Não há mais sermões, homílias e orações. Há um blablablá com muitas gírias. Já ouvi religiosos chamarem Jesus de “Cara de Cima”. Um outro disse que Jesus, quando Paulo se converteu, disse-lhe: “Deixa de frescura, Paulo”. Um outro, concitando os filhos de Deus para que prestassem atenção às suas palavras ocas, disse, advertindo-os: “Os irmãos “tão ligados”? ” Não dizem estão, mas conjugam o verbo estar no presente assim: “Eu tô, tu tás, ele tá, nós tamos, vós tais, eles tão. ” Que horror! Os Gêneros se misturaram. Nas igrejas episcopais carismáticas, há bispo e bispa, porém no meu tempo o feminino de bispo era episcopisa e de papa, papisa. A língua está mudando. Já ouvi um jovem pastor começando o culto assim: galera, nós vamos ler em…não se diz mais: Irmãos, vamos…
Quanta coisa não aprendi no Seminário, mas aprendi no final do século XX e começo do século XXI. Jesus profetizou e creio que a sua profecia está se cumprindo: “Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc. 18:8).
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