Os gêneros literários podem ser em prosa e em verso. Em prosa, eles podem ser: narrativos, oratório, dramático, didático, epistolar e polêmico. Dividem os narrativos em: romance, conto, novela, história, fábula, apólogo, crônica e memórias. Há vários tipos de romances, como sejam: histórico, psicológico, policial, de costumes e de aventuras. Quanto ao gênero oratório, há os seguintes tipos: acadêmico, sagrado, forense e político. Quanto ao gênero dramático, há dois tipos: drama e comédia. Os didáticos podem ser de três tipos: crítica, ensaio e tratado. Como é bom ensinar!
Certa vez, numa fila de supermercado que não andava, eu afirmei num tom alto, mas não bravo: Vou perder a minha novela. Várias pessoas riram. Algumas, creio eu, riram por eu ser homem e gostar de novela. Outras riram, uma vez que já estou na terceira idade e ainda gosto de novela. Um senhor, que me conhece, como religioso, disse, com uma certa ironia: “ Até o senhor gosta de novelas? ” Eu respondi para o fariseu: Eu gosto de literatura e de um bom enredo.
“A novela é uma narração curta, ordenada e completa de fatos humanos e fictícios, mas por via de regra verossímeis. ” Ela é tão bem trabalhada por artistas exímios, que não só se aprende coisas boas, como também coisas más.
A tendência do homem, como afirmou certa vez o filósofo brasileiro Farias Brito, é para o mal e nunca para o bem. Paulo, o apóstolo, disse a mesma verdade muitos séculos antes, quando assim se expressou: “Cristo vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. ” (As expressões “segundo o curso deste mundo” e “segundo o príncipe da potestade do ar” devem se sublinhadas. O príncipe que o apóstolo se referia é o velho dragão.)
A novela, artisticamente falando, é tão verossímil, que o jovem, cuja formação psicológica não está completa, aprende a roubar, furtar, tirar a vida do próximo, mentir, blasfemar, usar drogas ilícitas, desobedecer aos pais e autoridades, maltratar as mulheres e desrespeitar todas as normas dos bons costumes. Aqui no Brasil não se dá uma arma de fogo para as crianças, como em certas regiões do Oriente Médio, mas ensina como manuseá-las. É a minha opinião e mereço respeito, pois tudo começa com respeito.
Eu sou noveleiro, confesso, porém, gostaria que as novelas ensinassem coisas boas.
Jesus, no Sermão do Monte, disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. Bem-aventurado quer dizer feliz. Feliz é o pacificador, isto é, aquele que prega, ensina, transmite, mantém e promove a paz.
João Batista pregava no deserto e eu também. Quem me ouvirá?