A passagem de Riachão por Itapetininga

Quem diria que há 72 anos passados, em pleno palco do extinto, majestoso prédio do Cine Ideal, se apresentava à plateia o cantor conhecido por Riachão ?

O então “Cine-Theatro”, localizado no centro da cidade, à rua Monsenhor Soares, apresentava frequentemente cantores, peças teatrais e variedades em geral, com a participação de grupos e artistas famosos, como Procópio Ferreira, Celso Guimarães, Orlando Silva, Isaurinha Garcia e outros astros de primeira grandeza.

Pois precisamente em novembro de 1948, em noite enluarada, surge no palco a figura simpática de Clementino Rodrigues, o destacado artista da Bahia, com o nome artístico de Riachão. Foi um sucesso extraordinário, com repercussão em toda a cidade e em vários municípios da região. No dia seguinte, após pernoitar no conhecido Hotel São Paulo, de propriedade de Romeu Pandolfo, Riachão “deu uma pequena canja no serviço de Alto Falante , localizado próximo ao Largo dos Amores e de propriedade então de Hélio Rochel.

Riachão veio a Itapetininga, trazido por Oswaldo Piedade, hoje centenário, na época proprietário da Instaladora Brasileira, mantendo a disposição do público artigos elétricos e um departamento de vendas de discos, rádios e posteriormente, na década de 50, a novidade da televisão.

Riachão, falecido nesta semana, aos 98 anos de idade, é autor de grandes sucessos, como “Cada macaco no seu galho”, gravada pelos tropicalista Caetano e Gil ou “Vá morar com o diabo”, que Cássia Eler celebrizou, além de Beth Carvalho, Jacson do Padeiro, entre tantos outros que interpretaram suas músicas.

Ex ofice boy de bancos, alfaiate, radialista, malandro, “carpideira de velório”, compôs a primeira música aos 15 anos, “Deixa o dia Raiar” e depois “Eu sei que sou Malandro”.

Ele sempre afirmava que o samba nasceu na Bahia, mas foi desenvolvido com muito amor e carinho no Rio de Janeiro. Moleque, ainda cantava samba de roda “como os escravos cantavam na senzala e o rádio encarregou de levá-lo aos sambistas cariocas” Nos anos 1960 participou do filme do francês Marcel Camus. Nos anos 2000 sua história foi retratada no documentário “Samba do Riachão”, de Jorge Alfredo e ele ainda cantou no Cité de La Musique, em Paris.

“Eu não tive escola, Deus deu a idéia de escrever, o samba está dentro de minha cabeça, de acordo com o que acontece”, sempre assim se expressa. “Vivo Feliz com tudo o que fiz, por que só fiz o bem. Política não entendo. Eu quero é alegria”, dizia. “Cansado eu não fico, se a felicidade é música, eu sou música”.

Essa curiosa e atraente personalidade, tem cinco anos a menos do que o aparecimento do samba no Brasil, se apresentou gratuitamente no Caixa Cultural, em São Paulo, nos dias 28 e 29 de outubro.

Quando esteve em Itapetininga foi recepcionado por Oswaldo Piedade e teve a companhia, também de Dodô, Orlando Scot, Jorge Ravacci, Hélio de Araújo, Murilo Antunes Alves, Nêgo Guedes e ainda visitou o Clube 13 de Maio onde se encontrou com o saudoso Durvalino Toledo.

Com sua morte o samba perde uma de suas maiores expressões, segundo os especialistas, uma personalidade única, que dificilmente será substituída.

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