A “Raia” que foi de todos, e Itapetininga

Não era um risco comum, tampouco limite ou termo, mas apenas e simplesmente uma pista de cavalos de corrida. Constituía-se no divertimento e paixão, aos sábados, domingos e feriados, de uma grande parte da população, não só da zona rural, urbana, e também da região vizinha de Itapetininga.
Esse espaço, de grande dimensão, na Vila Regina, paralelo ao antigo e depois desativado “campo de aviação”, onde se ergue hoje o super SESI, de areia, mesclado com rala grama, era onde se realizavam as corridas de cavalo, sensação e alegria de inumeráveis adeptos desse esporte.
Porém, anteriormente e quase rudimentar, as competições se realizavam no bairro da Chapadinha, frente à capela, onde até hoje fiéis católicos se dirigem para elevar suas preces. Eram animais não apropriados às corridas, mas também não “matungos” como explicava um membro da tradicional família Tatá, conhecedor do assunto e que “naquele tempo nunca deixou de participar, até de jóquei do interior, como ele se intitulava.
A raia itapetiningana, que movimentava, com várias disputas e público considerado satisfatório, teve a colaboração da Prefeitura que procurava deixar sempre limpa a área, construindo depois uma pequena arquibancada. Alguns tropeiros daquela época estavam sempre presentes e muitos participando das competições, como Benedito Lopes, Brás Ribeiro, Francisco Rosa, comerciante, ex-vereador e pai do ex-vereador Fernando Rosa, César Luiz Piedade, Aparício Ruivo, Nhô Messias, dando maior brilho e seriedade às festas das corridas.
Faziam-se apostas para “mexer com os nervos e provocar mais entusiasmo pelas disputas, como lembra Tambellinho, filho do saudoso Plínio Tambelli. Fervorosos defensores das corridas de cavalo foram Nilson Peres, técnico agrícola, Camilo, fazendeiro na região, Pepino Grilo, proprietário do famoso bar, no Largo dos Amores e Décio Albino, além de José Menck, que se dedicou, por pouco tempo, à criação de cavalos de corrida.
Como jóqueis (profissional que monta cavalo de corrida) destacavam-se na cidade Athos Françoso e Raul Correa, e muitos ainda se lembram de J. Alves, categorizado e famoso jóquei nacional, nascido em Itapetininga e parente bem próximo de Geraldo Alves, advogado e ex-integrante da equipe de futebol do DERAC.
Um dos maiores aficionados daquele esporte, dentre outros, foi Osmar Thibes do Canto, ex-deputado estadual, que levou à frente a construção de um jóquei clube na cidade, “ao invés de utilizar as raias como os locais para as corridas”. Seria então um verdadeiro hipódromo onde “poderia ser efetivada competições de nível nacional e de grandes repercussões”.
Pensando assim é que a partir de 1974 iniciou-se a campanha de sócios beneméritos e admiradores do esporte, para a construção de um “verdadeiro hipódromo”. Houve a participação da Prefeitura, sendo o Prefeito Joaquim Aleixo Machado. Em 1981, nos dias 14 e 15 de março inaugura-se oficialmente o Jóquei, com a realização do 1º GP “Turf Paulista” com a dotação fabulosa de CR$ 3.120.000,00. Nesse grande prêmio um grupo de adeptos do Turf arrematou 2 animais inéditos e constituiu um “Stud” para disputar a corrida. Foram eles Francisco Adolfo Rosa, Dino Barreti, Dino Toffini (São Paulo), Altair Passerani (Tatuí), Turco (irmão de Osório Ramos), Alexandre Chauar, Raul Rocha e família Tatá. O Jóquei de Itapetininga foi objeto de diversas reportagens no jornal “O Estado de São Paulo”, que além de noticiar a inauguração do hipódromo, na Vila Regina, publicava constantemente as corridas realizadas. Tão interessante e atraente é a prática do turf na cidade que aproximadamente reunia, em cada disputa, cerca de 4 mil pessoas.

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