Foi em abril ou maio de 1998, por aí, quando o Cine “Olana” (depois “Itapetininga”) que ficava na rua Monsenhor Soares, quase em frente ao Clube Recreativo Itapetiningano, anunciou a exibição do filme norte-americano “Titanic” (direção esplendorosa de James Cameron), com os atores Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.
O filmes lançado naquele ano (1998) no Brasil, estava quebrando todos os recordes de bilheteria dos cinemas ocidentes. E que contava uma história de amor entre dois jovens que viajavam na nave saída de um porto inglês em direção a Nova York, USA. Ela, de uma elite econômica acompanhada da mãe, o noivo, também rico, acompanha as duas, todos instalados em compartimentos de primeiríssima classe. Ela conhece o mocinho (Leonardo DiCaprio), oriundo da terceira classe que ia aventurar-se na mesma cidade. Apaixonam-se e o restante vocês sabem. Todo mundo assistiu ou nos cinemas ou em videocassetes (sim, existiam na época).
O fato real do filme é que o Trans-Atlantic “Titanic” existiu (isto nos primeiros anos do século XX) e no decorrer da viagem naufragou quando bateu em um “iceberg”. Era sua primeira viagem, e o capitão disse antes da partida: “Nem (ou só) Deus poderia destruí-lo”. No naufrágio, o mocinho (Leonardo DiCaprio) morre. A película deixou uma cena que já ficou marcada na história do cinema: os personagens de DiCaprio e Kate Winslet abraçados na ponta do grande navio, ao som de uma canção composta para o momento, interpretada pela cantora Celine Dion.
Pois é, no dia de sua primeira exibição no cinema itapetiningano, uma multidão (principalmente de jovens) querendo entrar, parecendo meio alucinada. Isto, sem contar que havia um “show” com artistas sertanejos “country” na Expoagro. Muitos preferiram “Titanic”. O pessoal praticamente invadiu o prédio, lotando toda a plateia, tanto a do térreo como a do primeiro andar.
Nem quando o gerente disse aos assistentes que ficaram fora: “Não há mais lugares”, o povo insistia em entrar. Daí as portas de ferro tiveram que ser baixadas. Mesmo sabendo que “Titanic” ficaria em cartaz por um bom tempo, quase ninguém “arredou o pé”. Queriam entrar. Lá dentro, a vibração era intensa. No momento que a moça aparece (Kate Winslet), gritos e gritos surgem dos espectadores. Com Leonardo DiCaprio, o barulho foi ensurdecedor. Parecia que os artistas estavam ali ao vivo. Na hora da morte do mocinho, sussurros e choros, e gritos de “não”, “não”.
Algum tempo depois, o Cine Olana (Itapetininga) encerrou suas atividades e o seu último suspiro foi com “Titanic”.
Se fato é foto…