A voz do Brasil – a revista “O Cruzeiro”

Dito e feito. Na década de 1950 (principalmente), quando chegava sábado, havia quase uma fila na banda de jornais e revistas de Roque Albino, na rua Campos Salles, onde hoje situa-se a ótica Laércio, por ali. Não era propriamente dita como conhecemos hoje, mas sim uma residência familiar onde, na primeira sala havia um balcão especialmente para a venda de jornais e revistas (sobre qualquer assunto).
Roque tornou-se uma lenda na arte de atendimento de seus clientes. A noite vestia um uniforme amarelado e ia entregar de casa em casa, as edições noturnas dos jornais. Havia a “Folha da Manhã” como a “Folha da Noite”, por exemplo.
Estamos falando de uma época em que os meios de comunicação que conectavam Itapetininga com o Brasil e o mundo eram: os meios impressos (jornais e revistas), o cinema, o rádio (poucos tinham) e o telégrafo (nas repartições públicas).
Um dos mais procurados era a revista semanal “O Cruzeiro” com reportagens sobre os acontecimentos da semana. Se hoje falamos “deu no Fantástico” da TV Globo ou “vi na internet”, naquela época o ponto de referência para o início de qualquer assunto era “O Cruzeiro”, editada no Rio de Janeiro para todo o país.
Seu proprietário (e mandatário) era um rico fazendeiro paraibano de nome Assis Chateaubriand, um dos homens mais astutos do Brasil e que depois tornou-se senador da república e embaixador do Brasil na Inglaterra.
Assis Chateaubriand (cognominado “O rei do Brasil”) logo percebeu a penetração e o prestígio da revista entre seus compatriotas e aparecia semanalmente entre diversas reportagens. Pobre de um figurão político, alto empresário, ou mesmo presidente da república que o desafiasse. Simplesmente, Chateaubriand mandava alguns de seus temidos repórteres aniquilá-lo como David Nasser (sim, o famoso compositor, autor de vários clássicos da música popular brasileira) em “cordeirinho” nas mãos de seu patrão.
O melhor fotógrafo do Brasil (na época) também trabalhava no semanário, Ed Keffel. Essa revista tinha ainda as colunas: “Pif-Paf” de Millôr Fernandes e “O amigo da onça”, de Péricles de Andrade Maranhão, todas lidíssimas. Casos como o do tenente Bandeira (1952) e Aída Curi (1958), ambos no Rio de Janeiro, tornaram-se clássicos nas páginas da revista.
Como suas fotos e textos, “O Cruzeiro” tornou o carnaval do Rio de Janeiro uma das mais populares festas do mundo. Quem tiver curiosidade, basta acionar na internet as edições de 1940-1950-1960. É só ter um pouco de paciência e você vai entrar em contato com um outro mundo.

Se fato é foto…

Dupla talentosíssima, Pedro Alterio (cantor e compositor) itapetiningano residindo em São Paulo e seu pai Rafael Altério (cantor e compositor) itapetiningano residindo em Alambari, circulando todo o país com o show “Duas Gerações”. Foto – Arquivo Pessoal

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