Na semana passada, li e ouvi pela mídia que o Governador de São Paulo estava preparando um decreto (ou já preparou) no sentido de que as escolas públicas paulistas, ou, seus alunos do ensino fundamental I, II e ensino médio, não terão acesso aos livros editados pelo MEC (Ministério da Educação, órgão federal) e sim somente aos textos selecionados pela própria secretaria da Educação do Estado de São Paulo e ainda de maneira digital (eletrônica). Tudo com aprovação do secretário da Educação paulista.
Como disse, li e ouvi, e não acreditei. Será que as pessoas que dirigem esta secretaria esqueceram que o livro didático nacional (ou federal) é um dos fatores da união do país, e que contribui para a formação do espírito de brasilidade. Dá a impressão que o sistema da educação paulista quer separar-se da brasileira? Sem o conteúdo dos textos do Ministério da Educação, como é que o aluno da escola pública de São Paulo irá preparar-se para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que, como vocês sabem, muitas e muitas vezes garante uma vaga numa universidade pública. Se tudo isto for aprovado, o aluno da escola pública descerá mais ainda ao “fundo do poço” que já o separa da escola particular.
Além disso, como serão os textos editados pela Secretaria da Educação de São Paulo? Qual será o seu conteúdo? Será fruto de uma educação fundamentalista ou conservadora? Será religiosa? Pela Constituição Brasileira, o princípio da laicidade (influencia de alguma religião na condução do processo educativo nacional). Os centros que vigiam a educação brasileira e paulista certamente irão reagir. Como o do Professorado Paulista, Apeoesp (sindicato dos professores, principalmente do fundamental II e ensino médio), associações dos Direitos de Escolas e Supervisores de Ensino. Assim como toda a comunidade que possuem seus filhos em escolas públicas, os quais serão prejudicadíssimos.
O livro impresso é muito importante na medida que o educando folheia, escreve nele, rabisca, leva para a casa, mostra para os pais, lê. E se os deputados da oposição (Alesp) não tomarem uma decisão? Pode até ser que o governador reveja o seu infeliz decreto. Ele já fez isto diante de tantos erros administrativos que já teve em sete meses de governo.
O itapetiningano Mike Adas (repórter cinematográfico TV TEM – Itapetininga) Dani Borba (apresentadora do Tem Notícias 2ª Edição TV TEM) e Vanessa Correa (jornalista) no Largo dos Amores fazendo uma matéria especial do nosso bolinho de frango. Foto – Arquivo Pessoal