Em 7 de março de 1965, aproximadamente 600 pessoas caminharam 87 quilômetros entre as cidades de Selma e Montgomery para exigir o direito dos votos dos negros, reconhecido legalmente, mas negado na prática pelas autoridades eleitorais dos Estados Sulistas da “América”. Na Ponte Edmundo Pertus,nos primeiros passos da jornada, foram recebidos com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete, desferidos pela polícia de Alabama, em episódio batizado de “Domingo Sangrento”.
A cena pertence ao recém-lançado filme “Selma”, dirigido pela diretora negra Avá Du Vernay que é um dos indicados ao premio de melhor filme no Oscar deste ano . “Selma” se transformou em símbolo da barreira racial entre negros e as eleições .
Concluída, rapidamente, a narrativa acima, pergunta-se: “qual o significado disso e que razão leva alguém a lucubrar a respeito de um ocorrido numa das maiores nações do mundo ? Por que aqui , embora muito velado, o preconceito ainda existe.
Mas, sob outra ótica e, em pálida, e talvez, desinteressada analogia com a cidade, o feito pode ser comparado com o drama vivido por muitos itapetininganos que durante várias dezenas de anos foram trilhando o caminho em busca de Selma. Não a localidade americana, tão distante deste nosso município, mas a Selma, ou melhor, a Aparecida Selma Freitas de Moraes, hoje ex-funcionária da prefeitura local, a qual serviu religiosamente durante 39 ininterruptos anos. Servindo não só aos conterrâneos, como pessoas de toda a região. “Doce afável, carinhosa e terna”. Assim a definem quem muito necessita ou necessitou de sua intervenção para resolver problemas de saúde. E dentro da área de saúde da Prefeitura de Itapetininga atuou em diversos setores, sobressaiu-se na Central de Vagas, onde procedia a colocação e encaminhamento de enfermos para hospitais, especialmente, de todo o Estado de São Paulo e às vezes, em outras unidades da federação. Diretamente ligada com a Regional de Saúde de Sorocaba – indicadora das vagas existentes, Selma, ou Selminha, com empenho atendia as pretensões dos pacientes rapidamente. Durante todo o período em que trabalhou, atendeu e destinou milhares de pessoas a hospitais dos mais categorizados na capital paulista, Botucatu, Bauru, Sorocaba, Itu e outras casas especializadas e de renome. Houve ocasiões em que conseguiu internações no Sírio Libanês e no Albert Einstein, conforme testemunhou uma paciente, “aquinhoada com a graça divina e a intervenção de Selma.
Sua vontade em servir atingia as raias do amor, ignorando cor, religião, idade, condição social ou financeira, sem discriminação alguma. Seu pensamento foi sempre em prestar auxílio urgente ao ser humano carente de atendimento de saúde.
Mulher que jamais negou auxílio a quem quer que fosse, aposentou-se e, agora, “naquela mesa está faltando ela e a ausência dela está doendo em mim”, exclamam os pacientes, pois “difícil será agora o rumo para encontrar Selma”.
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