As celebrações (Inúmeras) que se foram

Em remoto passado, em atraente palestra proferida, Roger Bastide afirmou categoricamente: “A regra fundamental na minha vida é não usar a expressão ‘no meu tempo’. Porque o meu tempo é hoje! Para mim, juventude é estar no tempo de hoje”. Roger Bastide, sociólogo francês, um dos fundadores da USP (Universidade de São Paulo) foi competente colaborador do Jornal “Estadão”, na gloriosa fase dirigida por Júlio de Mesquita Filho.

Embora alentadas palavras sobre a eterna juventude, ele esqueceu que as pessoas quando atingem determinada fase da existência, principalmente nas faixas de setenta até quase o centenário, preocupam-se constantemente e sempre em recordar fatos e acontecimentos que ficaram no passado e, quando possível, relatá-los.

Roger Bastide não viveu em Itapetininga e é bem provável que nunca tenha ouvido falar da cidade, mas muitos, atualmente, “sentem-se felizes em poder ainda voltar ao passado para digressões a respeito”, como diria Aris de Moraes Camargo, que “não esquece sua Itapetininga de outrora”.

Como esquecer a “Semana do Folclore”, realizada anualmente no mês de agosto e sob a direção de Roberto Lara, então Secretário de Turismo do município na administração de prefeito Walter Tufic Curi? Presença marcante de grupos locais e da região como Bugrada, Dança de São Gonçalo, Cavalhadas, os que porfiavam na luta entre Mouros e Cristãos, a Dança dos Tamancos, o Grupo de Dança sob o comando de Tibiriçá, de Paranapanema, além dos artesãos que expunham seus trabalhos confeccionados com palha, barro, madeira e outros materiais.

Um tempo em que a cidade mantinha em atividades três equipes de futebol caracterizadas por participações impressionantes no cenário esportivo do Estado.

Quando a cidade se orgulhava de sua Escola Normal exportando professores para disseminar o ensino em todos os recantos do Brasil. E a alegria em ver o desfile das estudantes da “Peixoto” “vestidas de azul e branco, de sorriso encantador”, conforme entoava a música cantada pelo inolvidável Nelson Gonçalves.

São lembradas e indagadas: “qual a razão do término de exposições ou festas como a de ‘Frutas de Clima Temperado, a do Trigo ou a do Milho? ’ Esses foram acontecimentos de grande expressão econômica para o município. É preciso falar também sobre as belas jovens da sociedade local, coroadas rainhas ou princesas como Vera Lúcia Barth (Rainha do Milho), Cristina Barretti (Miss Itapetininga), Olga Sacco (Estudante), Pantaleão (Estudante), Elizabeth Lern (Miss Objetiva do Estado), Vera Raffa (Miss Recreativo), Ivone Lisboa (Rainha do Carnaval) bem como outras beldades eleitas – Comerciária, 13 de maio, Venâncio Aires.

Falar dos cinemas constitui até uma redundância: os famosos Itapetininga (anteriormente Pathé, Ideal e Olana), São José e São Pedro e Aparecida, considerados de primeira categoria “e um refúgio para o entretenimento da população local e da região”.

Deve-se volver o olhar e os ouvidos para a PRD-9, a famosa e inesquecível Difusora de Bartolomeu Rossi e João Simões, por último pertencente a Alcides Rossi. Uma emissora que se igualava – nas devidas proporções as Nacional, Tupi e Mairink do Rio de Janeiro e Tupi-PRG-2 e Difusora de S. Paulo! OH!

“Os Carnavais” exclamavam Ivone Lisboa e Lazinho Franci: colorido, animado, sensacional e considerado um dos melhores entre os melhores do interior paulista. Isto continua Ivone Lisboa, sem falar nos grandes bailes solenes e respeitados do “Venâncio e Recreativo”, além dos concorridos do extinto 13 de maio, principalmente no dia em comemoração à data da Libertação dos Escravos.

Os tempos são outros, os costumes e hábitos se renovam, deixando para trás aquilo considerado na época como modernismo e inacabável. E deixar de exclamar o termo “no meu tempo”. Porquanto as velhas celebrações, realizações, comemorações de feitos já passados não são, infelizmente, levados em consideração.

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