Quando ingressei no Seminário, morria a infância e nascia a adolescência. Cumpria-se em mim a promessa que a minha mãe, Ana Lopes, desejava para o seu filho querido. Quantas vezes ela dissera: -“Olhe bem para o Ministro do Evangelho como ele celebra a Santa Ceia ou Eucaristia, pois um dia, pela graça de Deus, você será meu pastorzinho”. Lia e relia comigo textos da Bíblia Sagrada. Orava comigo e por mim. Meu pai achava tudo isso muito bonito e deu-me de presente um livro volumoso e gravado em ouro: Chave Bíblica. Quando ingressei no Seminário, descobri as maravilhas da Bíblia. Notei que na Sagrada Escritura não contém erros científicos. Estudando, verifiquei que a Palavra de Deus antecipou gabadas descobertas dos homens centenas e centenas de anos. Muitas descobertas foram feitas nos séculos XV e XVI da nossa era cristã.
Credita-se que foi Galileu quem descobriu que o ar possui peso. Evangelista Torricelli, no entanto, foi o primeiro inventor de um instrumento para medir a pressão atmosférica, isto é, o peso da coluna de ar que faz pressão sobre cada centímetro quadrado da superfície terrestre. No livro mais antigo da Bíblia, que é o livro de Jó, afirma que Deus regulou o peso do vento. Vento nada mais é do que o ar em movimento. (Jó 28:25)
Outros casos poderiam ser citados. Salomão, o terceiro rei de Israel, no seu livro de Eclesiastes, bem no final, advertindo os jovens e discorrendo sobre a velhice, diz: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer”. Depois, em seguida, usando uma série de metáforas, discorre sobre a melhor idade. Diz o rei sábio: antes que se escureçam o Sol, a Lua e as estrelas do esplendor da tua vida e tornem-se a vir as nuvens, depois do aguaceiro, no dia em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens outrora fortes, as tuas pernas e cessarem os teus moedores da boca, por já serem poucos e se escurecerem os teus olhos nas janelas”.
Os moedores são os dentes e na época não havia dentistas e apenas os que arrancavam dentes. Fala sobre a catarata e na época não havia lentes para serem implantadas. Diz, ainda, e os teus lábios, quais portas da rua se fecharem, o dia em que não puderes falar em alta voz, te levantares a voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te diminuírem. Fala o rei da surdez, característica dos velhos. Depois, Salomão diz: “Como, também, quando temeres o que é alto e te espantares no caminho e te embranqueceres, como floresce a amendoeira e o gafanhoto te for um peso e te perecer o apetite; porque vais à casa eterna e os pranteadores andam rodeando pela praça”. Fala sobre a fraqueza dos idosos, a falta de vontade de se alimentar e a morte que se aproxima. Já no final, o sábio rei diz: “antes que se rompa o fio de prata e se despedace o copo de ouro e se quebre o cântaro junto a fonte e se desfaça a roda junto ao poço”. A cadeia de prata é a espinha dorsal e a medula; o copo de ouro é a caixa craniana; o cântaro são os pulmões e a roda é o coração. Salomão revela a circulação do sangue, vinte seis séculos antes que Harvey a revelasse. Ele inspirado por Deus evoca a figura duma roda puxando água através de um cano para despejar noutro. Tudo isso é maravilhoso!