Cachorropeia

A fotografia mais original que presenciei nesta semana foi a de um de um cãozinho… Explico num já-já… Entrei no facebook e lá estava ele vestido de homem-aranha! Sem querer, pus-me a pensar: em toda folia de carnaval, o homo sapiens tupiniquim se fantasia de mil coisas… Um marmanjão se traveste de moçoila; um operário se transmuta em imperador; uma magricela desdentada faz de conta que é princesa e, por aí vai… E os bichos que dividem conosco a maravilha de estar na Terra, não têm direito à brincadeira?
Que tal fantasiar seu querido bichinho de estimação? Afinal, é festa de Momo… Se você convive com um “au-au”, poderia vestí-lo de centopeia e o danadinho seria então uma cachorropeia… De morcego, e o lindinho seria um “morcecão”, de borboleta, de pavão, até de gente! Por que não? Afinal, tem cãozinho por aí que só falta falar, né mesmo?
O seu gato poderia virar onça, tigre, jaguatirica, leão… Até um mini-elefante poderia ser o bichaninho! Caso alguém tenha um cavalo, lá na fazenda, claro, é só encomendar um vistoso par de asas e transformar o ruminante num simpático e destemido Pégaso! Mas, cuidado, não vá encher a cara, sentir-se um Perseu e sair voando, voando… A FAB poderia confundí-lo com um avião carregado de muamba e aí, babau!
Para quem tem um sítio e cria gado, a sugestão é camuflar a boiada inteira de “vaca-alada”… E as galinhas, minha gente? Já pensaram que coisa linda, olhar uma carijó pintada inteirinha de azul celeste? Talvez a Natureza aprove a ideia e os seus ovinhos também sejam azulzinhos! A espécie galinácea é tão monótona, não é mesmo: cacareja, cisca,cisca, põe ovos e vai pro forno…Tá na hora de mudar!
Não sei se a ideia vai pegar, mas se vingar, os pet shops do país irão “lavar a égua” de tanto vender fantasias pra bichinho! Terão que contratar costureiros, desenhistas e o escambau… Mas a bicharada vai adorar!
E o rei Momo dos danadinhos qual seria o bicho escolhido? Um sapo, claro! Um batráquio bem tratado, com mosquitos importados da Noruega e com direito a coaxar no Senado Federal e no Supremo!
E, como diria Manuel Bandeira, “Evoé, Momo!”