Os ingressos já tinham sido comprados desde fevereiro de 2020 e o recital do divo baiano seria em maio daquele mesmo ano. Mas daí veio uma bruxaria denominada Pandemia e o “show” que seria realizado no enorme e luxuoso Espaço das Américas, na Barra Funda em São Paulo teve que ser adiado várias (e várias) vezes até ser realizado nos dias seis, sete e oito de maio, sexta, sábado e domingo últimos na mesma casa de espetáculos. Nossos bilhetes eram para o dia sete, sábado, dez horas da noite e fui levado pelo meu sobrinho Fábio (Silveira Campos) que conhece tudo ou quase do repertório do cantor. Plateia lotada (seis a sete mil espectadores naquela noite, por aí) quando o palco iluminou-se, a banda começou a movimentar-se (seis músicos) e surge no palco Caetano Veloso recebido com uma enorme euforia (enorme!) por boa parte da plateia. Esta, compunha-se de jovens entre vinte a vinte e cinco anos de idade, adultos na casa dos trinta anos, e idosos ou “melhor idade” (muitos!).
Muito elegante e com ótima aparência (nem parece que o cantor e compositor ficou fechado dentro do seu apartamento no Rio de Janeiro, por um ano e meio por causa da Covid-19. E ficou). Mas mesmo neste exílio forçado Caetano Veloso produziu muito, fez músicas novas e idealizou este espetáculo. Além de fazer várias “lives” na internet. Nesse recital, Caetano, retirou algumas canções que compunham seus discos nesses cinquenta anos de carreira, dando-lhes novas roupagens e arranjos e mesclando com músicas novas como as que falam do Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos e do Líbano. E cada uma das canções mais antigas lembra uma determinada época social, cultural, política, do Brasil. Caetano conseguiu desvendar tudo. E tudo que ele canta refere-se ao povo brasileiro em diversas épocas. Com pleno domínio do palco, voz segura, durante quase duas horas de apresentação ele conduziu os presentes com grande maestria. Afinal, Cae vai completar oitenta anos ainda em 2022. Em muitas vezes o público cantou com ele as movimentadas: “Reconvexo”, “Odara”, “Trilhos Urbanos”, e a calma “Um Índio” com movimentos de cabeças e braços como se fosse um carnaval. Em outras sussurraram “Menino do Rio”, “Lua de São Jorge”, a tristíssima (pela sua história) “Cajuína”, “Avarandado” (do seu primeiro disco, 1965), “Muito Romântico”, entre tantas. E deixou de cantar muitas.
No recital Caetano Veloso homenageou o poeta paulistano (poesia concreta) Augusto de Campos e daí parecia que ele iria cantar “Tropicália” base do movimento musical tropicalista que ele inaugurou com Gilberto Gil. Mas não cantou. Que pena! Mas, em compensação “Sampa” foi entoada e acompanhada por mil vozes. Lindo! Também Antônio Carlos Jobim foi citado (muito!). Interessante é que o baiano nunca compôs nada com o carioca Tom. O tom político foi dado pela maioria do povo presente que sempre gritava: ‘Lula!’ ‘Lula!’.
E numa das suas recentes composições que conta o esforço do brasileiro para melhorar este país e deu no que deu, a música é “Assim não dá” e no final Caetano Veloso esbraveja no microfone: “Fora Bolsonaro!”.
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