Outrora, a maior diversão das crianças, no carnaval, era a guerra de água.
O líquido podia ser usado à vontade, pois vinha do rio, que nunca secava, e estava sempre disponível, na torneira mais próxima. Havia uma infinidade de bisnagas à venda, e caminhonetes saiam lotadas, molhando quem estava no percurso.
Políticos e corruptos notórios não eram retratados pelas máscaras da época, embora servissem de tema para uma ou outra marchinha. As máscaras, em sua maioria eram feitas em papel, retratando mais monstros que donzelas.
No interior, o carnaval de rua era pequeno, e a maioria das festas acontecia nos clubes. Havia o clube rico, onde aconteciam muitas brigas e poucas facadas.
Na periferia, nos clubes apelidados de “pega cria”, o ambiente variava de violento, por meia hora, a calmo, por cinco minutos. Para conversar com alguma moça, o cidadão forçosamente passava pela reação enciumada e vigilância do ex-namorado, atual namorado, irmãos e parentes próximos da pretendida.
Pobres ou ricos, todos buscavam a maneira mais econômica e rápida de embriaguez. As bebidas mais consumidas eram o Fogo Paulista e a Farmácia, misturas explosivas.
Nos salões, as mulheres dançavam sobre a mesa, enquanto o marido roncava em uma cadeira. Com extrema coragem, as moças pulavam descalças, e conseguiam o milagre de poucos pisões.
Bêbados dividiam-se quanto ao comportamento. Uns ficavam valentes, outros chorosos, enquanto alguns dormiam ou faziam juras de amor e pedidos insanos de casamento.
Antes da Aids, os preservativos visavam evitar outras doenças e, principalmente, casamentos, na delegacia ou igreja. Não existiam motéis, mas sobravam matos, veículos e casas em construção.
A polícia era mais informal, e a pena começava a ser aplicada já na entrada do camburão. Parentes e amigos corriam, tentando reaver os restos do conduzido.
Confetes e serpentinas animavam e embelezavam o ambiente, e borrifar alguém com lança-perfume era um ato de cortesia. Blocos e conjuntos saiam pelas ruas e salões, entoando as marchas da época.
Muitos aproveitavam o período para viagens, enquanto outros reuniam-se em retiros. A maioria passava o carnaval churrascando, e eram raros e magérrimos os vegetarianos.
Eram poucas as vítimas de acidentes, pois era reduzido o número de veículos, e quase impossível a velocidade, em meio a tantos fenemês e carroças.
Com o auxílio de bambus e palhas de aço, era possível entender a imagem e som dos televisores, que não transmitiam carnavais em tempo integral. No mister, retrocedemos.
É difícil evitar uma pontinha de saudade, dos carnavais de outrora, nas pequenas cidades do interior. Mais difícil ainda é chegar ao fim do texto, sem um tema a explorar. Desculpem !
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