Duas pessoas: um jornalista do “Valor” entrevistando uma personalidade de gabarito, em determinado restaurante da capital paulista pagaram a “modesta” conta de R$ 1.597,20.
O cardápio
Resumia-se no seguinte: couvert R$ 32; polvo grelhado com molho de aioli e batatas R$ 158,00; coxa de prato braseada com azeitonas e batatas R$ 260,00; salada de queijo de cabra com nozes R$ 59,00; Steak tartare R$ 99,00; Chablis Premier Cru Cote de Lechet 2002, Domaine du Vieux R$ 495,00; Corbières 2012, Château d’Aussieres R$ 295,00; Água R$ 34,00; Café R$ 24,00. Subtotal R$ 1452,00 mais serviço Total R$ 1597,20.
O restaurante leva o nome de Chef Rouge S.P., nos jardins. Um bistrô baseado nos existentes em Paris, quem faz a comida é o chefe.
Philippe de Nicolay Rothschild, banqueiro de dinastia europeia, foi o entrevistado no suplemento “Eu” do jornal “Valor Econômico” – desta última sexta feira. Ele conta como virou importador de bebida (vinhos) depois de sobreviver a um tsunami na Tailândia alguns anos atrás. Hoje é conhecido mundialmente como o Barão do Vinho.
Uma de suas celebres frases; “Vinho também é um prazer visual. Que outro produto toca o paladar, o olfato e a visão? Até hoje não descobri nenhum”, diz Rothschild.
A família foi considerada uma das mais ricas do século XIX e financiou nações em guerras, projetos de mineração e obras de infraestrutura monumentais, como o Canal de Suez, no Egito.
Em 1925, o banco inglês de sua família emprestou dinheiro para o Brasil arcar com sua independência de Portugal. Nesse mesmo século, diversas companhias ferroviárias brasileiras financiaram suas expansões com empréstimos obtidos no Banco, hoje conhecido como Rothschild & Cia. A nossa sorocabana foi uma das beneficiadas e, na década de 1930 esteve na cidade um Rothschild, visitando um conhecido empresário, Arnaldo Barreti, então proprietário de uma fazenda no Rechã.
No Brasil, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, existem vários restaurantes internacionais com preços assustadores para os simples mortais, mas preços considerados normais para uma mínima parcela da sociedade, cada vez menor e com mais renda. Dizem que 6% de bilionários têm 60% da renda de todo o planeta.