Sem escarpas sufocantes, agradáveis e suaves eram os pomares existentes em quase todo quadrante de Itapetininga. Do antigo Paquetá e hoje moderna Vila Rio Branco, até o lendário Mato-Seco, passando pela alegre Vila Santana ou também a central Vila Aliança, abrangendo enfim toda Itapetininga, os quintais floresciam com as variedades de verduras, a produção razoável e substanciosa de frutas de qualidades diversificadas.
Ausente de qualquer espírito empresarial, tanto o modesto e humilde morador como o cidadão abastado dedicavam-se a cuidar caprichosamente da área, praticando a atividade como saboroso trabalho e lazer, como uma relaxante prática que dominava todo cidadão.
Constituia-se uma tendencia citadina, o cultivo de hortas e pomares, como o agrião, couve, espinafre, aipo, alcachofra, cheiro verde ou outros similares de alto valor alimentício, mas também pelo seu uso medicinal. Como plantas destacavam-se alecrim, sabugueiro, louro, carquejo etc… Tendo a importante função de purificar o organismo, expelindo as toxinas, neutralizando a acidez do sangue, suprindo a falta de outros alimentos, além de outras propriedades benéficas.
Frondosos ou frágeis, os pés de frutas faziam parte da cultura dos moradores da cidade e da zona rural, zelando pelas plantações de banana, abacate, limão, laranja, mamão, cidra, castanha, carambola, tangerinas, caqui, pêssego, pêra entre outras variedades construtoras do organismo humano e seus alimentos mais úteis e saudáveis. E, cada cidadão sentia-se orgulhoso em ter o quintal “recheado de frutas e verduras”.
Eram os quintais também floridos e perfumados, embora no local alguns moradores criassem galinhas, tudo para consumo próprio ou para servir cortezmente, e de graça, aos vizinhos. Uma fórmula de um melhor e mais estreito relacionamento entre a comunidade. Pode-se dizer que “o século 20 foi, sem dúvida, um século ainda de humanismo, contrastando com o atual: o século da tecnologia”.
Desses pequenos ou grandes espaços, que sempre encheram os olhos de satisfação e bem-estar, muitos ainda não esqueceram que houve homenagens em composição musical de autoria dos inesquecíveis Sivuca e Paulinho Tapajós, nas vozes de Fagner ou Elizeth Cardoso, tendo como tema a nostalgia dos antigos quintais (“No tempo dos quintais”).
Foram célebres e conhecidas as hortas e pomares localizadas em quintais da rua Quintino Bocaiuva – residência primeiramente de João Duarte e depois de Fernando Pereira de Moraes; a famosa área, incluindo quase um quarteirão pertencente a “Nha Cezária”; a de Abilio Ayres de Aguirre, ex-prefeito local, em local hoje ocupado pela Vila Palmeira; os grandes quintais das vilas Ozi e Messias, além do atual Solar dos Rezendes, todos na Quintino Bocaiuva, a antiga Rua do Gado. Não menos célebres foram a de Antonio Souto, proprietário da antiga charutaria, cujo prédio foi recentemente demolido; os quintais verdejantes da rua Venâncio Ayres, sob a responsabilidade de um cidadão descendente da Espanha. Sobressaia-se, igualmente, os existentes pomares e hortas nas ruas General Carneiro, General Glicério, Silvia Jardim, Joaquim Leonel, além das hortas das vilas Santana, Paquetá, Carrito e em outros cantos da cidade. Bem lembra Roberto (pastel) Duarte que “a época era de solidariedade e amor entre a população, onde emprestar ou doar uma pequena quantidade de fruta e verduras era verdadeiro ato cristão e sem qualquer interesse”.
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