CORETOS – Os porta-vozes do povo

Não há muito, um jovem estudante indagou a um senhor, “qual serventia de um coreto”? Talvez o trêfego rapaz jamais tenha ouvido as manifestações naqueles espaços, originados de políticos, religiosos, músicos, atores teatrais, dançarinos, reivindicações dos movimentos sociais, ou de outras apresentações de segmentos sociais de Itapetininga.
Pois, em sua origem, entendia-se por coreto, um pequeno coro de madeira ou alvenaria, construído dentro das Igrejas, para o canto sacro entoado por muitas vozes reunidas – complementava o provecto senhor. No final da idade média e a organização das cidades (burgos), os coretos saíram de dentro das igrejas e passaram a ter outras finalidades, além da música.

Em Itapetininga formaram-se famosos corais que suavizavam as preces celestiais. Como o nosso famoso e inesquecível “Seresteiros do divino”. Também, nesta cidade, espalhavam-se, antigamente, muitos coretos e com o decorrer do tempo, alguns foram demolidos, deixando de embelezar o local e proporcionando à respetiva comunidade diversão entretenimento.

Um dos principais, mais tradicional e mais conhecido, embora hoje pouco aproveitado, é o existente no centro do Largo da Matriz, frente a nossa majestosa Catedral, foi o mais utilizado tanto por representações artísticas, como para reivindicações das classes trabalhadoras, recebeu até a visita de Getúlio Vargas, em 1932, quando sua caravana seguia de trem para o Rio Grande do Sul e, então desembarcou em Itapetininga.
Naquele palco, durante o dia ou à noite, se apresentaram cantoras como a dupla Cascatinha e Nhana, Adoniram Barbosa, Nelson Gonçalves, Inezita Barroso, Gilberto Alves e políticos do porte de Adhemar de Barros, Emílio Carlos, Carvalho Pinto, Ciro Albuquerque, Toniquinho Pereira, Israel Dias Novaes, Brigadeiro Eduardo Gomes e outros grandes nomes.

Por diversas vezes, o popular Padre Brunetti e outros sacerdotes católicos e presbiterianos e evangélicos estiveram naquele coreto discorrendo sobre a religião.

Na praça N.S. Aparecida sobressaia-se o coreto, ocupado periodicamente por conjuntos musicais e servindo a um leiloeiro nas festas em louvor àquela Santa, apregoando a venda de bovinos e cuja renda reverteria à paróquia da Aparecida. Esse coreto já não existe mais. Igualmente aos outros da cidade que também foram demolidos – do Largo do Rosário, da Avenida Peixoto Gomide, da praça do Paquetá e outros. “Deles não restaram sequer sombra. Instalações, símbolos de agitação cultural e a alegria do povo”, segundo o comerciante Zecaborba Soares Hungria

O único ainda existente é o Coreto da Matriz, que depois de anos abandonado, sem sua cobertura, que havia sido roubada na década de 1970, foi inteiramente reformado em 2003, na administração do então prefeito Ricardo Barbará. Nesta época, através de um projeto da Secretaria de Cultura, chamado Música no Coreto, a banda Municipal Edil Lisboa e outros artistas realizavam, semanalmente apresentações de retretas, sempre com a presença de grande público. Mas o outros prefeitos preferiram abolir o projeto.
Os coretos foram símbolos de democracia e participação do povo. Hoje expressões ameaçadas.

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