Descer e Subir

Estava filosofando com D. Hélder Câmara, lendo o seu livro: “Um Olhar sobre a Cidade”. Li e parei, quando ele escreveu: “subir e descer! Dois gestos que ajudam tanto a pensar…” Lembrei-me do Gióia Junior e da poesia “Gangorra”. Como as crianças gostavam de declamar, levantando os bracinhos para cima e para baixo, cada um por sua vez, como se fossem asas de anjos! “Quando eu desço, você sobe, quando eu subo, você desce… Lá fora dança a gangorra, desde que o dia amanhece…” Lembrei-me das minhas aulas e das minhas crianças. Tudo servia para ensinar e como eu vibrava, vendo o seu desenvolvimento. Na parte da manhã, lecionava para as crianças, no período da tarde, para os adolescentes e, à noite, para os universitários. As crianças aprendiam mais.
Descer e subir… Lembrei-me de Jesus que desceu do Céu e que, através da encarnação, se tornou como um de nós para nos salvar da perdição eterna. Que amor, meu Deus! Vestiu-se de corpo humano, sendo o próprio Deus. Sofreu como um ser humano, sendo Deus. Sofreu como um ser mortal, sendo imortal. Derramou o seu sangue, como de um cordeiro imaculado para nos purificar. Desceu do Céu para fazer a vontade de Pai, atraindo os escolhidos para o estado de salvação. Desceu para ser o pão da vida que nos alimenta e nos fortalece. Desceu da glória celeste e, subsistindo em forma de Deus, não julgou, como usurpação, ser igual a Deus, como asseverou o apóstolo dos gentios. Que humildade! Desceu e a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem. Desceu, cumprindo-se o que o Pai dissera: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. Desceu, tornando-se a semente da mulher, ferindo, assim, a cabeça do dragão. Desceu para que o Pai nos vestisse com peles de salvação, sendo Cristo, o cordeiro pascal. Desceu e a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até `a morte e morte de cruz. Desceu e como tal recebeu um verdadeiro corpo e uma alma racional, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo. Desceu para ser Deus-Homem, Deus conosco e estar sempre ao nosso lado e do nosso lado. Louvado seja para sempre Deus-Pai!
“Descer e subir! Dois gestos que nos ajudam a pensar…”
Ele desceu, mas ele subiu e agora está sentado à mão direita de Deus-Pai, sendo o nosso mediador. Subiu para que o Espírito Santo viesse para nos ensinar, consolar e fazer nos lembrar de suas lições. Subiu para que um dia, só Deus-Pai sabe, para vir julgar os vivos e os mortos no último dia.
Paulo, o apóstolo, discorrendo sobre a segunda vinda gloriosa de Cristo, disse: -“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim, estaremos para sempre com o Senhor”.
Parafraseando o teólogo-filósofo: descer e subir! Dois gestos que nos ajudam a pensar…

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