Situação: tenho que votar no dia 26 de outubro para eleger um filho de Deus que sentará na boleia da carroça da Presidência da República! Nem que haja uma invasão de discos-voadores ou um terremoto aconteça, sou obrigado pela legislação em vigor a chegar até a urna e… Então irei… Fazer o quê? Mas votar em quem?
Após a peneirada do primeiro turno, sobraram dois candidatos… Um deles é uma senhora, que já está na Presidência. Em plena flor da juventude, essa valente lutou contra o regime militar e foi supliciada por milicos que se achavam donos do país… Contra ela, até agora, não há notícia de nada que desabone sua conduta. Se há malfeitos no governo, os culpados são os gulosos de plantão, que nunca tinham visto marmelada, mas assim que viram se lambuzaram das orelhas aos pés!
Já o outro disputante, em nenhum momento teve que enfrentar os trogloditas do Poder de Estado… Ao contrário, filho de família abastada, mais precisamente, de um político de raízes, sempre teve carta branca no Palácio. Por ser “filhinho de papai”, passou a juventude escarrapachado na rede almofadada da República tupiniquim. Usufruiu de todas as benesses que a alta sociedade faculta aos riquinhos e foi eleito vereador, deputado, senador…
Neste país, onde sobrevivo graças à bondade do Divino-Santo-Pai, o nome de batismo pode ser uma “carta de alforria” ou de condenação “ad perpetuam”… No caso do segundo concorrente, o fato de ser filho de fulano e ostentar um brasão de família tradicional já o alçou para longe na história e ele foi longe mesmo: é aspirante à presidência! Esperto ele…
O campo de batalha está bem escancarado: enquanto uma candidata enfrentou a ditadura, foi torturada e entrou para a história por sua coragem, o segundo saracoteou nas festas de formaturas das elites, dos bailinhos, das boates…
Tenho que escolher… Entre uma tia durona e um playboy, fico com a titia! Pelo menos, uma tia, a gente respeita!
E que Deus salve a Presidente!
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