Sabendo que os desfiles das escolas de samba tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo foram adiados pelas respectivas prefeituras para o feriado de Tiradentes no próximo abril, os “loucos pelo carnaval”, principalmente o pessoal de meia idade terão que ansiosamente esperar. Já os mais jovens se interessam mais pelo carnaval de rua (que também não vai haver), de pular, de participar dele, de movimentar-se do grupo. Não se interessam em só ver. Ou tudo ou nada.
Já os foliões da “velha guarda” gostam de ouvir o som dos tamborins. Daí algumas sugestões para que o que seria os quatros dias de Momo não passem tão em branco. E que os interessados não precisam sair de casa para isso. Basta ligar alguns canais televisivos (de preferência os transmitidos pela SKY, Net e outros) e ver o que acontece. Na TV Brasil (não o Canal, e sim a TV) os entusiastas poderão (poderão, bem entendidos) assistir alguns filmes carnavalescos brasileiros do passado, principalmente da segunda metade da década de 1950 e inicio da década de 1960. Atores e atrizes como Grande Otelo, Ankito, Renata Fronzi, contando também com a necessária participação de artistas de rádio, principalmente da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, então a emissora mais popular do Brasil.
Nesta época o radio brasileiro, principalmente o carioca, ainda tinham um “cast” (ou elenco) de cantoras e cantores popularíssimos em todo o país como: Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Jorge Goulart, Francisco Carlos, entre outros, que, nos filmes, por minutos cantavam seus sucessos carnavalescos. Era uma oportunidade de a plateia brasileira ver (e não só ouvir!) seus ídolos. Quando estas películas passavam nos cinemas, os espectadores cantavam juntos as marchinhas e sambas do ano. Aqui nos cinemas de Itapetininga como o São José, São Pedro e o Olana não era diferente.
Já no Canal Brasil (também na televisão paga) é costume nos quatros dias da chamada “folia” apresentar filmes de carnaval. Só que estes são do início da década de 1950, uma produção do Carioca Estúdio, da Atlântida. Estes, eram bem mais luxuosos que os citados anteriormente. Uma produção bem mais cuidada com números musicais bem coreografados, rica de coração e elenco mais afinado dirigido ou por Watson Macedo ou Carlos Manga. E no elenco sempre Oscarito considerado o maior artista cômico de todos os tempos do cinema nacional. Oscarito, em seus personagens, representava o homem brasileiro comum um tanto desamparado, e perseguido, mal amado, sempre com dívidas e dúvidas. Valha a pena vê-lo.
Outra recomendação agora na internet. É só acessar o Google e colocar por exemplo “Desfile no Sambódromo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel”, em 1996, e você terá por hora e meia toda a passagem da Escola, via transmissão da TV Globo. Ou a Mangueira em 1992, uma época em que a batida da bateria era bem mais compassada, mais lenta, nada apressada como agora e ouvia-se os componentes cantarem os sambas-enredos não só a voz do puxador oficial.
Se você quiser sair do sambódromo e ir para as ruas (cariocas) é só acessar no mesmo Google “Cenas do carnaval carioca de 1995”, por exemplo. Ou de 2020 (felizmente um pouco antes do aparecimento da pandemia). Ou senão se quisermos lembrar os bons tempos do rádio, digite “Sucessos do carnaval do passado”. Aparecerão fotos dos interpretes com suas canções carnavalescas de 1940 (ou até antes) em diante. Uma delícia!
Ou, ainda na internet colocar “Revistas Digitais Brasileiras” e aparecerão paginas de “O Cruzeiro” e “Manchete”, as principais do país com fotos do carnaval de 1952, 1953, 1954 sobre o “Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro” com seu fabuloso campeonato de ricas fantasias.
Enfim, com tanta motivação é bem capaz de você pular e cantar em sua própria casa.
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