Carnaval em abril
No próximo 22, sexta-feira, começa um carnaval meio improvisado no eixo Rio-São Paulo. Folia esta, que nas duas cidades, oficialmente se restringirá nos desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial nos Sambódromos carioca e paulista. Tudo indicava que tais escolas de samba desfilariam nos dias apropriados de Momo, em fevereiro, mas, o surgimento de um novo vírus do Corona, Ômicron, surgido no final de 2021 e fazendo estragos já em 2022, adiou os anos das prefeituras locais.
As escolas dos dois Estados estavam com tudo preparado, ou seja: tema, samba-enredo, fantasias, carros alegóricos, as baterias (possantes, como nunca), os puxadores (o protagonista principal e canto samba com sua equipe), a ala das baianas, das crianças, a comissão de frente, os destaques (fantasias de luxo), as rainhas (as moças que vão na frente da bateria, as alas que cantam e contam o tema escolhido). E o comércio? A centenas de costureiros, carpinteiros, marceneiros, pintores, cenógrafos, maquiadores, aderecistas, enfim que colocam as escolas na passarela. Sem contar o turismo que nesta época (fevereiro) lotam os hotéis cariocas (e mesmo os paulistanos). Muito prejuízo, e alguma coisa deveria ser feita. Afinal, foram dois anos sem carnaval. Imaginem, dois anos sem nenhum indício dele no cenário brasileiro. Só mesmo uma pandemia para que isto acontecesse.
Mesmo assim, o acontecimento não está nada fácil para o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (PDB). Os blocos de rua também querem desfilar de qualquer maneira pelos cantos da chamada “Paulicéia”. Não “abrem mão” disto. O prefeito ainda um ilustre desconhecido pois era vice de Bruno Covas (PSDB), reeleito, mas impedido de governar por problemas de saúde, que ocasionaram o seu prematuro falecimento. Pois é, o prefeito atual Ricardo Nunes considerou tal pedido da comissão dos blocos (de rua) como impossível de realizar-se por falta de estrutura. Sugeriu o mês de setembro para tais ações. O que não foi aceito pela comissão. Surgiu dai um impasse que ainda não foi resolvido pelo menos até o momento em que esta coluna foi escrita (dia 18/04).
A TV Globo, como sempre, com suas câmeras pirotécnicas e precisas, transmitirá os desfiles nos próximos dias 22 e 23, sexta-feira e sábado, à noite. Neste caso o cenário serão as escolas de samba paulistanas. Na contra elas, absolutamente (a “Vai-Vai”, “Mocidade Alegre”, “Gaviões da Fiel”, entre outras, são exuberantes). Mas preferiria as imagens das cariocas, talvez até pela influência da mídia e pelo costume. E uma delicia de a “Portela”, “Mangueira”, “Salgueiro”, “Mocidade Independente de Padre Miguel”, entre outras, navegando pela “Marquês de Sapucaí”. Mas, de qualquer forma, tal transmissão irá alegrar um pouco o nosso cotidiano abalado pelo horroroso custo de vida imposto pelo Governo Federal de plantão.
Dez porcento
Foi este o aumento imposto pelo Governador João Doria (PSDB) agora ex, ao magistério estadual paulista após seis anos sem nenhum. Seis anos e agora somente dez porcento. Quase todas as outras categorias profissionais do Estado receberam também esta quantia (com exceção da segurança pública e da saúde). E com muitos e muitas reclamações de entidades do magistério estadual paulista como o Centro do Professorado Paulista, o CPP (representante dos professores do ensino fundamental I), do Sindicato dos Professores do fundamental II e ensino médio (Apeoesp), Udemo (Sindicado dos Professores de Escola) e Apase (órgão dos supervisores de ensino). A proposta deste mínimo aumento foi aprovada pela maioria dos deputados na Assembleia Legislativa, no Ibirapuera, em São Paulo. E isso prova, mais uma vez, que Governo ou Executivo que possui maioria no Legislativo pode tudo.