EXPLICAR NÃO RESOLVE

Vivemos, em todas as esferas administrativas, o fenômeno quase sociológico da teoria sem consequência.
É como se os problemas da sociedade fossem atenuados pelo simples e isolado fato de haver um diagnóstico de suas causas e consequências. O discurso impera, e as ações rareiam.
Um caso típico de tal situação pode ser exemplificado quando da excelente reportagem da TV TEM de Itapetininga (SP), documentando o descalabro de uma nascente cracolância, com dia e hora marcadas, nas imediações do shopping local, em via de intenso tráfego de veículos e pessoas.
Drogas, bebidas e prostituição são experimentadas até por crianças, em público, espetáculo que segue impune e pouco reprimido. Constituía um inferno, formal, solene, cínica e irresponsavelmente ignorado, até que a imprensa cumpriu seu papel de informar e gerar posicionamentos, mais teóricos que práticos. A situação ocorre por todo o território nacional.
Autoridades dos diversos e populosos órgãos, afeitos ao problema, foram unânimes em apontar para a culpa dos pais, omissos na educação e acompanhamento dos filhos. Declararam, em uníssono, atuações pretéritas, algumas resultantes em prisões e recolhimentos.
É estranho que os órgãos que já atuaram na área tenham constatado os crimes que ali ocorrem e permitido, por omissão, sua continuidade. Só explicações e diagnósticos não resolvem, e o problema persiste.
A culpa pode ser dos pais, cujas improvidências podem decorrer dos avós, que herdaram a pouca educação dos bisavós, e assim vamos, até que Adão e Eva sejam condenados e severamente punidos. É comum, em escolas públicas, os pais de algum aluno serem chamados, quando de problemas disciplinares, e tristemente constatado que o aluno é o mais educado da família.
Os pais podem ser invocados, mas não constituem os únicos responsáveis pelo descaminho de crianças e jovens. A sociedade, com seus valores e pregações não raro idiotas, que valorizam status e grifes, além de exaltar ídolos de barro, permite o ócio e estrutura sistemas de ensino pouco eficientes e disciplinadores. A sociedade é omissa.
Nas estradas, são comuns as placas que indicam trechos perigosos, recordistas em acidentes. Continuam os acidentes, as placas e a periculosidade dos trechos.
Há regiões, em quase todas as cidades, onde são comuns os assaltos e mortes violentas. Quando os sobreviventes de tais regiões conseguem algum destaque na imprensa, algumas atitudes são tomadas, mas logo logo a barbárie é retomada, e assim persiste.
Roubos de veículos ocorrem nos mesmos locais e horas, e só merecemos o alerta, acompanhado ou não de explicação, dos incumbidos da solução do problema.
Resta-nos pressentir os problemas e aguardar pelas explicações, da violência, do leite adulterado ou da corrupção, sempre noticiada. No campo político-administrativo, as explicações que não resolvem nem justificam também andam em moda: “governos anteriores também fizeram”.
E assim vamos. Para onde, só Deus sabe.

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