Na quinta-feira de semana passada, atendendo a um pedido (quase de socorro!) do governador do Estado de Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o presidente Luíz Inácio Lula da Silva coordenou um encontro no Palácio do Planalto em Brasília no sentido de criar uma P.E.C (Projeto de Emenda à Constituição) com o objetivo de unificar o problema da Segurança Pública em todo o Brasil. Nacionalizar mesmo.
Pela Constituição Federal de 1988, a Segurança Pública é responsabilidade de cada Estado. Mas como o problema (em todo o território nacional) avolumou-se enormemente de uns tempos para cá, tornou-se, repito, um enorme problema nacional tanto quanto a saúde. Daí que um dos motivos desta reunião foi a união (Executivo) passou normal ou diretrizes para um sistema unificado. Seria um Pacto Federativo no sentido de combater o chamado crime organizado. Isto, sem tirar a autonomia de cada Estado nesse setor. Do jeito que está, só o Estado não vai dar conta sozinho da missão.
Daí o grito de socorro de Cláudio Castro que não está conseguindo nem com a polícia militar, nem com a polícia civil, dar conta do que está ocorrendo em seu Estado, principalmente no Rio de Janeiro de tantos desastres criminosos como em alguns exemplos: as barricadas que são utilizadas através de ônibus sequestrados pelos traficantes, miliciantes e outros atravancando o ir e vir do cidadão dos bairros mais bairros mais periféricos e colocando a vida do usuário em constante perigo (será que, volto vivo para casa?). Sem contar o tiroteiro constante entre grupos rivais do tráfico disputando o espaço para suas atividades. Além de outros incontáveis exemplos. Acontece também em outros Estados brasileiros que são menos vitrines que o Rio de Janeiro.
Era um encontro importantíssimo para os governadores, e mesmo assim, repito, mesmo assim, alguns faltaram e nem mandaram representantes, apesar da presença do alto mandatário de cada Estado ser o mais importante. Como foi o caso de Ratinho Júnior, governador do Paraná, e Jorginho Mello, governador de Santa Catarina (ambos esnobaram o povo diante de um assunto tão importante). O do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (que tanto necessitou do Planalto durante as enchentes gaúchas), enviou o sub do sub do sub da Chefia da Segurança Pública gaúcha. O mesmo fez Zema, mandatário de Minas Gerais.
Ronaldo Caiado, de Goiás, em plena reunião, falou em alto tom que seu Estado não precisava daquilo. Em terras goianienses, segundo ele, não há crime organizado, portanto, sem assaltos de qualquer tipo, nem ataques a carros-fortes, crimes contra o patrimônio, que a reunião não servia para o seu Estado. Totalmente desnecessário. Caiado é candidato a presidente da república em 2026 e pretende dar um cunho ideológico (de extremo repúdio) ao citado em contra, tratando o mesmo de maneira banal. O que levou Lula no final, a dizer (mais ou menos) isto: “Senhores governadores, convido-os para uma chegada em Goiás. Lá é a terra da felicidade…”.