Neste passado 5 de dezembro completaria 91 anos de existência, um nome que percorreu os caminhos da vida de forma marcante, pela paixão e impetuosidade, inserindo-o na história de Itapetininga.
Paixão pela Pátria, família, política e seu semelhante, filho deste município que adotou aos 5 anos, originário da progressista Ribeirão Preto. Veemência pela vontade ardorosa em servir a cidade que defendia e amava, e seu país “varonil”.
Por essa razão, quando jovem não se furtou e tampouco se acovardou em integrar a gloriosa Força Expedicionária Brasileira (FEB), lutando estoicamente nas batalhas travadas contra o Eixo (Alemanha, Itália e Japão), países que pretendiam dominar o Universo, sob as rédeas do ditador alemão Adolfo Hitler. Um herói que anteriormente havia servido o 5º Batalhão de Caçadores, unidade do exército brasileiro sediado em Itapetininga, extraindo desta temporada grande experiência de vida.
Ocupou o cargo de vereador na década de 1960 desenvolvendo papel relevante na defesa dos interesses dos mais necessitados e sempre apoiando as causas justas de seus colegas de legislativo.
Ligado, por razões afetivas e políticas, a Faria Lima, prefeito da capital paulista, de quem, efetivo assessor. Amigo incondicional do político – governador, prefeito, vereador e até presidente da República – Jânio Quadros. Correligionário e também amigo íntimo de José Ozi -ex-prefeito e ex-deputado estadual- auxiliou-o grandemente na sua administração. Sua colaboração foi substancial quando a concessionária Empresa Elétrica Sul Paulista foi queimada e depredada pela população (1958) e a cidade sofreu amargamente. Neste episódio o município ficou totalmente sem luz por algum tempo e com prejuízo elevado em todos setores de produção, além da paralisação total das atividades. José Ozi e Itaboraí conseguiram de Faria Lima geradores de grande potência, para a imediata restauração da energia e retorno das atividades normais da população.
Funcionário do Departamento de Estrada de Rodagem, e logo depois assessorando Faria Lima, como comissionado no gabinete, nunca deixou de praticar esporte, treinando constantemente com Ary Pena, Virgilião, Darci Pereira, Argemiro e outros, a popular luta de Box, em ringue existente na rua Aristides Lobo, próximo à Padaria São João.
Casado por duas vezes, foram seus pais Hildebrando Machado e D. Alice Machado, conhecida parteira da cidade, educando os filhos dentro de rígidos princípios da educação e cristãos. Seu nome encontra-se perpetuado em uma placa indicativa, na Vila Baltazar.
Virando a mesa
O empresário paulista Ricardo Semler, em um de seus livros “Virando a própria mesa”, falava do novo método introduzido em suas indústrias, com ótimo resultado. Com esse pitoresco título, um jornal itapetiningano da época, narrou o episódio em que Itaboraí Marcondes ao chegar à Câmara Municipal, no Largo dos Amores, se surpreendeu com a mesa devidamente preparada para uma confraternização de final de ano. Indagou porque os colegas vereadores não o chamaram para colaborar com o evento. Ouvida a resposta que não havia necessidade, pois o mantimento foi retirado de um caminhão estacionado na garagem da Prefeitura, na Vila Orestes ou Olho D’água. Itaboraí, enraivecido, em fúria, derrubou a mesa, espalhando pelo chão toda iguaria preparada, acrescentando: se os coletores de lixo e os humildes servidores da Prefeitura não comerem, ninguém vai se refastelar com esse banquete.
O caminhão, em questão, carregado de mantimento era o coletado por Itaboraí e destinado à festa natalina daqueles simples operários.