Uziel estava à porta e aguardava a chegada de Valdirene Camargo, filha de D. Izaltina.
– Por que veio tão tarde? perguntou Uziel Prado, logo que ela apareceu no jardim, na Estância.
Uziel gostava da Valdirene, mas ela gostava do Jônatas Moreira. Não havia reciprocidade no amor. Eram amigos, colegas e nada mais.
Prado, quando a cumprimentou, ia devorando a moça com olhos de fogo. Segurou-lhe uma das mãos no cumprimento e a impressão que tive era para ela não fugir. Valdirene estendeu a mão e logo a puxou, notando o seu intento. Fiquei com pena do Uziel. Como é triste amar e não ser amado!
Lembrei-me, quando vi esse quadro, da exortação de Cristo: “Amai-vos uns aos outros.” Não havia reciprocidade no amor, nos costumes e nos ideais.
Uziel, para Valdirene, era um rapaz desajeitado, bruto, curioso e sem graça. Quando sentava à mesa para almoçar, não tinha paciência e ficava em pé para se servir. Comia com a cabeça inclinada no prato ou melhor dizendo, enfiada. Comia sem mastigar, chupando, e de longe se ouvia o estalido dos lábios. Era um nojo para a filha de D. Izaltina.
Camargo era um botão de rosa. Ela era delicada, fina, bela e alimentava-se com os lábios fechados e mal se via o mastigar dos dentes. Era uma estátua divina. Os seus olhos eram ridentes, inquietos e convidativos. Que beleza de mulher!
O rei Lemuel, se a visse, diria:-“ Mulher virtuosa, quem a achara?”
Valdirene era virtuosa.
Uziel tinha que se amoldar aos princípios do evangelho para possuir no seu regaço a mulher que valia mais do que preciosas jóias. Ela temia a Deus, ele o futuro. Ela fazia o bem, ele o mal. Ela vivia para as glórias eternas, ele para os prazeres fugazes da vida.
Bem disse o escritor sacro: “Enganosa é a graça e vaidade a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.”
Cara leitora, se você quiser ser louvada, virtuosa e mais valiosa do que preciosas jóias, leia Provérbios trinta e um e coloque em prática do álefe até o tau. Álef é a primeira letra do alfabeto hebraico.
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