Houve um tempo – e isto quase se perde na memória – em que todo e qualquer cidadão aguardava com expectativa as bem vindas festas natalinas e fins de ano, com a esperança de gratas venturas e intensas felicidades nos anos que se aproximavam.
O fato ocorria nos quadrantes do universo, com características semelhantes: o desejo ardente de que as pessoas se congraçassem entre si e que a humanidade conseguisse encontrar a tranquilidade, compreensão e a paz, objeto principal do ser humano. Dinheiro, saúde, alegria, prosperidade e, notadamente, amizade sincera e sólida, sem nenhuma discriminação a cor, raça, religião ou diferenças sociais.
Naqueles saudosos e distantes anos, em que trabalhava-se com honestidade, procurando adquirir bens suficientes sem acorrer a meios ilícitos, existiam aqueles que pretendiam constituir patrimônios, além do que conseguiam com as atividades que desenvolviam: apelar para as loterias, tanto estadual como federal. E, existiam, como existe até os dias atuais, a venda de bilhetes proporcionando verdadeiras fortunas aos que acertassem ou acertem os números sorteados “afim de tornar quase bilionários as pessoas premiadas”.
Em Itapetininga, em priscas eras, pode-se afirmar, que a totalidade da população, tinha por hábito adquirir bilhetes ou arriscar pequenas quantias no nomeado “jogo de bicho”, modalidade muito apreciada pela classe menos favorecia economicamente, aguardando o resultado, com ansiedade, toda tarde, diariamente.
Com estabelecimentos implantados nas ruas José Bonifácio e Saldanha Marinho, funcionavam as casas lotéricas de grande projeção, “Pavão de Ouro” e “Galo de Ouro” tendo como proprietários Paiva e Vieira, os quais sarcasticamente afirmavam que “a população sonha com bilhões e nós vamos nos locupletando de dinheiro”. Não passava de mera brincadeira, pois os locais também anotavam em talões próprios os jogos de bicho.
Circularam, quase todos os dias pelas ruas, os bilheteiros conhecidos e respeitados – e sempre procurados–em toda cidade. Os mais populares atendiam pelos nomes de Nhô Lico, Pedro Vendramini, Ratinho (da família Gato), Altino, Baiano, além do famoso e simpático Garrucha, figura estimada pela população, risonho e afirmando constantemente “jamais consegui vender um bilhete premiado nesta cidade!” O responsável pela distribuição exclusiva dos bilhetes aos vendedores, atendia pelo nome de Eduardo Zerbinato, provindo de uma região da Itália. Muito embora, com profunda deficiência visual, conhecia quase todos moradores de Itapetininga, percorrendo as vias públicas com o auxilio de uma sofisticada bengala. Residia na rua Aristides Lobo, e todas as manhãs dirigia-se a residência do sapateiro Miguel Pucci, onde seu filho, o saudoso professor Bruno Pucci, lia todo noticiário internacional estampado no jornal “O Estado de S. Paulo”.
Muitos prêmios vultuosos enriqueceram dezenas de itapetininganos, como a um alfaiate que conseguiu adquirir imóveis; afora prêmios menores que fizeram a felicidade dos contemplados. Atualmente, encontram-se em atividades Lorival, Galo e o conhecido Wagner, também oferecendo, (e com freguesia permanente) Mega Sena, Quina, Lotomania e Loto Fácil e naturalmente os tradicionais bilhetes lotéricos.
Em qualquer época da vida – embora o tempo transcorra rapidamente – o homem, além do trabalho, procura ser aquinhoado em jogos diversos, procurando solucionar seus problemas ou então conviver um pouco com entretenimento e um pouco de tranquilidade, conquistando uma completa felicidade.
Obras no Solar dos Rezende foram determinadas pela justiça
A remoção do telhado do histórico Solar Ananiza Rezende que chamou a atenção dos moradores de Itapetininga nos últimos dias, foi uma determinação da Justiça. A informação foi confirmada pela...