Aquele domingo 08/01/2023, uma semana após a posse de Luís Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil, pegou grande parte da população brasileira de surpresa. Mesmo quem tinha ficado na oposição com a vitória de Lula. Tudo bem que ainda haviam muitos acampamentos (ou tendas) bolsonaristas protestando contra o resultado das eleições presidenciais. A maioria, em frente a postos militares, incluindo os Tiros de Guerra. Determinadas emissoras de rádio e televisão explicaram que era um gesto de rebeldia e inconformismo de segmentos da população que colocaram a culpa pela derrota nas urnas eletrônicas que não registravam fielmente o resultado da votação.
As reclamações faziam parte da liberdade de expressão, diziam. Acontece que em algumas tendas e acampamentos as conversas eram mais perigosas. Colocavam abertamente faixas com dizeres pedindo a volta dos militares ao poder, como se não tivessem havido eleições. Pregavam um novo golpe militar (como o de 1964) para a “salvação do Brasil”. Só de pedir um novo golpe militar, tais militares estavam contra a Constituição de 1988. A mídia (mesmo a chamada progressista) nem ligaram muito. Aliás, não deram importância. Isto passa, exclamavam, e com a posse de Lula em Brasília as chamadas tendas serão desfeitas.
Mal sabiam que nestes acampamentos inconstitucionais a trama era outra. Deveriam haver rebeliões em todo o país num dia determinado (e o escolhido foi num plácido domingo, aquele que marcava 08/01). Nem a chegada de oitenta ônibus, por aí, de sete para oito, abalou a segurança do Distrito Federal representado pelos guardiões de Brasília e nem da G.S.I (Gabinete de Segurança Institucional).
E tudo aconteceu na tardezinha da já mencionada data, pegando a mídia de surpresa. De uma hora para outra, homens e mulheres (que grande parte da imprensa chamou de vândalos e depois de golpistas) invadiram os prédios do Congresso, da presidência da república e do Supremo Tribunal Federal, promovendo um “quebra-quebra”. Nota-se nos vídeos que os manifestantes estavam meio atônitos, sem saberem bem o que fazer. Pareciam “paus-mandados”. O importante seria destruir tudo o que viesse pela frente.
Isto aconteceu só em Brasília. Não foi acompanhado pelos rebeldes do resto do país. Resultado: muitos presos (novecentos e tantos esperando julgamento numa ação da Polícia Federal). O G.S.I (Gabinete de Segurança Institucional) caiu em desgraça pelo pouco que fez e agora vai haver uma C.P.I. promovida principalmente pela oposição, porque o general da reserva da equipe de segurança de Lula foi visto completamente inseguro, não dando voz de prisão a nenhum dos opositores. E tal oposição está achando que o golpe foi manobra dos governistas (PT e outros). Mas, comentaristas políticos acham que com a C.P.I a oposição vai dar um “tiro no próprio pé”.
SE FATO É FOTO…
O Jornalista itapetiningano Caio Nogueira, atualmente está trabalhando como repórter na TV Morena (Afiliada Rede Globo) na cidade Dourados em Mato Grosso do Sul. Foto – Arquivo Pessoal