O “dirigir” que Juvenal ensinava

“Em dezembro de 1875 havia em Itapetininga seis cadeiras públicas, três para cada sexo, e duas salas particulares para, também, ambos os sexos. ” Assim escreveu Galvão Júnior em seu apreciado e consultado livro “Itapetininga e sua história”, referindo-se à instrução pública no município naquela época, significando que “provavelmente foi então que teve início o funcionamento de estabelecimentos escolares destinado à comunidade”.
Passados quase oito décadas depois daquele fato marcante, um respeitável cidadão desta cidade, Juvenal, fundava a primeira autoescola de Itapetininga, tornando-se, portanto, um homem que prestou relevantes serviços a todo município, bem como deixando exemplos de dedicação e carinho em seu trabalho.
São muitos os cidadãos que ainda portam carteira de motorista habilitados que foram através das aulas ministradas por Juvenal Queiroz Vieira. O ensino consistia, basicamente, em aulas teóricas e práticas em dependências de sua casa, na atual Rua Expedicionários. Em sala própria orientava os prováveis motoristas, ensinando “até os mínimos detalhes para a melhor condução dos carros, com absoluta segurança e confiança”.
Osvaldo Piedade tinha em seu poder sua carteira de motorista obtida em 1932 e submetido a um exame sob a fiscalização do famoso/secreto “Belarmino”, que realizava o procedimento de rua para os candidatos a dirigir veículos. Ele lembrava muito bem de Juvenal e da sua autoescola em fins da década de 1940.
Não esquecia jamais que Juvenal foi o criador do “estupendo processo de instalação de lâmpadas fluorescentes”, que permitiam melhor visibilidade e, também, evitando as constantes interrupções de energia, fornecida pela empresa (Cia Sul Paulista), funcionando sempre com deficiências. Estabilizador elétrico constituía o invento premiado na 3ª Exposição Oficial dos Inventores do Estado de S. Paulo, realizado na capital, em fins de 1959 no Parque Ibirapuera.
Ao mesmo tempo em que dirigia a sua autoescola, Juvenal nos anos de 1970 dedicou-se à implantação do gasogênio, em substituição a gasolina nos veículos. Ele achava que o sistema utilizado na época (40 e fins de 1960) obteve sucesso em S. Paulo, pois substituía o combustível, em escassez no país e com preço muito elevado. O invento consistia em converter o motor a gasolina para gasogênio. Explicava que o sistema era muito simples, pois o gás produzido pelo carvão vegetal substituía com vantagem à gasolina. “O reservatório adaptado atrás do carro alimenta o motor a explosão. O tanque instalado na extremidade do veículo destoa parcialmente da beleza estética do auto, porém resolve, porque o carro anda sem consumir gasolina, por sinal muito cara”, explicava Juvenal. Ele tinha certeza que o governo autorizaria o uso do gasogênio.
Jair Marcos, um de seus seis netos, na morte de Juvenal de Queiroz Vieira, em abril de 1995, afirmou: “Juvenal era um inventor e não encontrou os canais objetivos para publicar suas descobertas. Era um artesão da eletricidade. Se comportava da forma mais natural do mundo em contato com choques de 220 volts. Isso sem falar em detalhes de sua força descomunal. Era doméstico: sabia mexer com todo tipo de ‘aparato’ caseiro. Tudo isso com a maior presteza e frieza do mundo”. “Acima de tudo com muita boa vontade”, lembrava Osvaldo Piedade. Juvenal faleceu aos 84 anos, deixando filhos, netos e bisnetos.

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