Não sei se o caro leitor ainda se lembra da Karina. Ele é uma graça. Nasceu e cresceu bela. Ela sabe disso e valoriza o espelho. Gosta de exibir o seu corpo talhado pelo artista divino. Em casa, antes de sair, coloca no pescoço uma gargantilha que tem como pingente o seu nome gravado com letras hebraicas. Ganhou do seu namorado quando este fora para Israel.Diante do espelho, com muita rapidez, volta-se da esquerda para a direita e vice- versa, aproxima-se, afasta-se e deixa espraiar aquela beleza de colo. Ajeita a blusinha e, com a mão direita, os cabelos para lá e para cá.
É uma linda mulher e dá muito valor ao espelho e ao corpo.
Quando sai de casa, está sempre esbelta, vestida de menina-moça, corpinho tentador de justeza, blusinha bem solta no corpo e esvoaçante. Na rua, quando passa por algum carro estacionado, não deixa de se contemplar no espelho do vidro. A impressão que se tem é que ela não grava o que vê e por isso está sempre olhando para o espelho.
Já a vi mexendo os lábios diante do espelho, creio que ela dizia:-“ Espelho, espelho meu, há uma jovem mais bela do que eu?”
Na rua ela anda erecta, desfila com elegância, olhando de soslaio para os rapazes e para as mulheres.
Diante da beleza da Karina e do seu amor ao espelho lembrei-me das palavras de São Tiago e do cumprimento da Sagrada Escritura. Diz o apóstolo: – “Se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem aventurado no que realiza ( Tiago 1: 23)