O palco iluminado

Quando eu tinha lá meus treze, quatorze, quinze anos de idade (1954, 1955, 1956) em plena puberdade, inicio da adolescência, uma das únicas diversões para mim e o grupo de minha geração era o cinema. Não havia ainda transmissão de televisão nesta cidade (e estudar no dificílimo então Instituto de Educação “Peixoto Gomide” não era propriamente uma diversão). Os filmes de Hollywood empeiravam embora houvessem alguns filmes italianos (pós-Segunda Guerra Mundial, gramáticos quase sempre); franceses (alguns contendo pornografia “chic”); mexicanos e as deliciosas chanchadas carnavalescas do cinema nacional.
Mas os artistas mais conhecidos eram os norte-americanos: os galãs Clark Gable, Cary Grant, Gary Cooper, Alan Ladd, Robert Taylor e muitos ainda (Errol Flynn, também). Entre as atrizes, as divinas Elizabeth Taylor, Lana Turner, Esther Williams (das piscinas), Hedy Lamarr, Marilyn Monroe, entre tantas. Pareciam seres de outro mundo.
Meus amigos não perdiam os grandes filmes. Eu, particularmente achava o máximo a maneira deles representarem. Junto com o cinema, outra arte apreciada por mim era o teatro. Mas muitas poucas companhias profissionais vinham se apresentar aqui em Itapetininga e quando vinham as peças nacionais estrangeiras eram proibidas para menores de dezoito anos. Naquela época a Censura era bastante rígida e daí quem não tinha no mínimo esta idade não poderia assistir aos espetáculos.
Daí, fiquei encantado quando assisti algumas peças teatrais encenadas por um elenco nativo (gente da terra) sob a direção do político e animador cultural Humberto Pellegrini. O dinâmico Humberto, sempre auxiliado pela esposa Olívia (um doce de criatura) que nas representações ficava na coxia (bastidor) ajudando atrizes e atores no que podia, administrando objetos, vestuários, e outros apetrechos da cenografia. Os textos apresentados eram leves, engraçados, para todas as idades. As famílias itapetininganas lotavam o Cine Theatro São José, na rua Venâncio Ayres (hoje: próximo ao Banco do Brasil). Muitas dessas peças eram assinadas pelo teatrólogo carioca Paulo Magalhães.
Ensaiava-se muito antes de cada peça com atrizes e atores, embora amadores e que foram ficando afiados na arte de representar.
Eram eles (todos residindo aqui em Itapetininga) integrantes do elenco de Pellegrini, desde a década de 1940 até a primeira metade de 1950, equipe esta que deslumbrava seus conterrâneos na arte da dramatização. Eram eles: Maria de Souza (que se integrava perfeitamente nos seus personagens); Léia Maria de Camargo Pellegrini (sempre bonita e que fazia a mocinha em quase todas as peças); Carlos Conceição; Antônio de Conti (geralmente em papeis cômicos); Júlio Pucci; Almir Ribeiro (que depois retornaria cantor). Também atuaram: Paulo Guarneri de Lara; Domingo Reis; Nelly Camargo (futura mestra da U.S.P.); Martinho Moraes; Gerson Bosco; Olga Maria Camargo Pellegrini (futura professora de Canto Orfeônico); Ivone Lara; Lélia Messias de Moraes. Algumas peças apresentadas: “A Ditadora”, “A cigana me enganou”, “Aventura de um rapaz feio”.
Tais espetáculos apresentados por Humberto Pellegrini emocionaram gerações e se tornaram inesquecíveis para muitos. Tudo isso apresentado naqueles pedaços de madeiras no palco que já não existe mais.

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