O reencontro

Sabíamos que aquele dia seria de grandes emoções. Afinal, foram vários meses de preparação para aqueles momentos. Teríamos que comemorar sessenta anos de formatura do então chamado Curso Normal (ou Formação de Professores primários e depois Curso de Magistério, nível colegial). Os diplomados eram chamados de professorandos para quem não se lembra o Curso Normal correspondia a três (ou quatro) anos de preparação para a carreira de professor primário (hoje: professor I). Para entrar no Curso Normal, houve por muitos anos, nas escolas publicas do estado de São Paulo, uma espécie de vestibular, aberto a todos que tivessem concluído o chamado Curso Ginasial (hoje: Fundamental II) onde o candidato seria avaliado em Matemática e Língua Portuguesa conteúdos dos quatros anos de ginásio. Quem não passasse na seleção poderia inscrever-se no primeiro ano do Cientifico ou Clássico e tentar novamente no ano seguinte.
Só para concluir essa parte técnica o Curso de Magistério foi abolido e para lecionar no Fundamental I (primeira a quinta série) é necessário hoje o Curso de Pedagogia. Voltemos ao dia citado. Seria o 30 de Novembro de 2019, justamente sessenta anos de nossa formatura. O curso normal iniciado em 1957, no então Instituto de Educação “Peixoto Gomide”, foi, para nós, uma “abertura do mundo e da vida”. As disciplinas eram humanistas como: Filosofia, Psicologia, Sociologia, História da Civilização Brasileira, entre outras, assim como as pedagógicas: Didática, Pratica de Ensino, Literatura infantil e outras. Afinal, iriamos transmitir conhecimentos para as novas gerações. E não era nada fácil, tínhamos que estudar muito (como se estudava nas escolas públicas, naquela época!), senão não passaríamos de ano.
Além disso tínhamos aula de Canto Orfeônico com a mestra Ana Zilpah Cardoso de Almeida, que tinha um projeto de Musica Brasileira, incluindo, canções de roda infantil, cirandas, acalantos, canções folclóricas e outras de autores eruditos nacionais como Carlos Gomes, Heitor Villalobos, Francisco Mignone, entre tantos. Sem contar que vivíamos o denominado “Anos Dourados”, termo depois criado pela mídia brasileira para justificar o otimismo do presidente da república Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1960) e queria porque queria colocar o Brasil na lista dos países desenvolvidos. Naqueles dourados anos foram criados: Brasília (então um reconhecimento internacional); a vitória na Copa do Mundo de 1958; um dos maiores craques do mundo Pelé; a bossa nova (que revolucionou o cancioneiro da época inclusive o mundial); o Cinema Novo (aclamado pela critica internacional), o teatro realista brasileiro (Gianfrancesco Guarnieri, entre outros) e algo mais. Parecia ser um Brasil novo que nós embalados pelos doces momentos da adolescência, éramos só sorrisos. E havia ainda os cinemas (principalmente nos finais de semana); o rádio (televisão nem pensar) e os bailes e bailinhos. Nessa época, algumas famílias itapetininganas possuía carro próprio, telefone, geladeira e outros aparelhos eletrônicos. Era tudo muito artesanal. De lá (1959) para a data da comemoração muita coisa mudou (2019). Mas, o entusiasmo pelo reencontro, a alegria dos companheiros de Curso ao saberem do evento foi muito significativo.
Muitos seguiram outras profissões, cursaram faculdades, mas estiveram presente no encontro, no salão nobre do “Peixoto Gomide” na missa noturna da igreja do Rosario e no jantar no Cassio. Confraternização total. Durante o Curso Normal (1957-1959) parecíamos felizes. Será que sabíamos?

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