Dito e feito. Bastava o Cine São Pedro, na rua Campos Salles (hoje loja “Torra Torra” por aí) colocar cartzaes anunciando uma nova fita (na época décadas de 1940 e 1950 dizia-se fita em vez de filme (ou película)) de Tarzan e a gurizad itapetiningana ficava alvoroçada.
Geralmente o fime passava aos sábados e reprisava na matinê de domingo, sempre com lotação esgotada.
Ouvir o grito de Tarzan (uma reunião de vários sons tecnológicos; vê-lo pular de um cipó pra outro;dominar os ferozes animais da África (num ponto onde morava o heroi); lutar contra tribos de guerreiroslocais, somente com as habilidades do seu corpo sem nenhuma arma letal, nadar e lutar contra crocodilo, enfim, tudo isto encanta meninos e meninas entre oito e doze anos de idade. Também os adolescentes e grande parte dos adultos.
O personagem criado pelo escritor inglês Edgar Rice Burroughs primeiramente em livro e depois adaptação em filmes. Em Hollywood, Estados Unidos houve vários “Tarzans” mas a imagem que ficou foi a do ator Johnny Weissmuller, absoluto na segunda metade da década de 1940 e inicio da década de 1950. Na maioria das vezes quando lembramos de Tarzan, vem a mente este ator norte-americano. Decididamente o personagem Tarzan era uma ficção, uma fantasia que o público adorava. Ninguém contestava de que como o personagem criado por macacos (seus pais morreram num acidente de avião e Tarzan bebê sobreviveu). Pois é, criado por macacos seres irracionais, ele foi crescendo como um racional, inclusive tendo noção de valores éticos e de totala acordo com a civilização ocidental. Quem ensinou isso a ele? Falava com dificuldade a língua (inglesa) mas passavarapidamente com um ser civilizado.
Tarzan também enfrentou (seus filmes) a rígida moral imposta para suas produções, principalmente na década de 1940. Nesta época mesmo os personagens casados não podiam dormir junto (só em camas separadas), o reio dos macacos vivia maritalmente com Jane, branca, norte-americana e tinham um filho o “Boy”. As vestimentas de ambos eram curtíssimas em relação à época, principlamente a de Tarzaan que consistia numa quase sunga. Uma ousadia para a época. Mas ninguém pensava nisto (só os muito moralistas) e quando o cartaz do Cine São Pedro anunciava “O rei das selvas” tudo ficava uma festa.