O som musical que vem da televisão

Quem tem cinquenta anos ou mais e quiser assistir um (bom!) programa musical nos canais televisivos dito populares “está perdido”, pelo menos no eixo Rio-São Paulo. Este senhor ou senhora quase sessentão (ou mais!) acostumado a unir músicas lentas ou bem harmonizadas dos seus tempos de bailes ou dos anos cinquenta e sessenta, vai ter uma enorme decepção. Nada daquelas canções melodiosas como o samba-canção, bolero, valsa, modinhas, xaxaxá, e mesmo o samba, se apresentam mais com raríssimas exceções.
O que se vê e ouve atualmente são cantores (ou pseudos!) entoando (?) músicas quase todas alienígenas (estrangeiras) sem significação nenhuma para o pessoal de meia idade. O que se vê e ouve atualmente (não estou falando das rádios, que conseguem ser pior!) são músicas chulas, prosaicas, meio besteirol ruim (porque existe o besteirol bom), infantilizadas (no melhor sentido!), e desarmonizada. Há excesso de “funks”, rock and rool baratos, sofrências, sertanejo universitários e muito mais, quase todas certamente descartáveis que nunca ficarão no imaginário da música popular brasileira.
Saudades, sim saudades dos tempos em que a televisão no eixo Rio-São Paulo apresentavam orquestras (grandes!) com um repertório eclético que atendia a maioria dos bons gostos da época. Até a década de 1980, por aí. Era um tempo em que grandes compositores brasileiros como: Francisco Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento (e sua equipe do Clube da Esquina), Ivan Lins, Francis Hime, os “papas” Antônio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes, Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, todos faziam uma obra prima musical por dia. Ficamos até mal acostumados, nós, da terceira e melhor idade (?).
E mesmo até antes, nos primeiros anos da televisão quando víamos e ouvíamos Ary Barroso, Pixinguinha, Sílvio Caldas, orquestras como a de Sylvio Mazzuca, Henrique Simonetti.
Para matar nossa ansiedade recorremos aos discos nas vitrolas, se é que ainda existem pois até isso a moderna tecnologia nos levou e também a internet que é mais complicada, nem todos sabem usá-las. Os cantores e cantoras da época não brincavam em cena e não faziam “mixagens” em cena como agora. Hoje na TV é raro um cantor que não “rebole”. Não escutamos as letras de suas músicas, mas nem precisa. São quase todas sofríveis.
Mas, felizmente há exceções. A TV Cultura de São Paulo é uma delas. Lá ainda se encontra resquícios da MPB. É só ver e ouvir aos domingos, às oito horas da noite a Sam Jazz Sinfônica com cinquenta músicas e um ou dois celebrados interpretes da nossa canção mostrando a excelência do seu repertório.
A TV Senado, aos sábados e também domingos, apresentam conjuntos de chorinhos, frevos, maracatus e folclóricas como também a erudita e popular como Heitor Villa Lobos (onde se pode ouvir a “Canção Sentimental”, dentre muitos outros). Voltando a TV Cultura de São Paulo, aos domingos, às nove horas da manhã o “Senhor Brasil” com Rolando Boldrin e seus convidados de todas as regiões do Brasil sempre no auditório onde a plateia aplaude espontaneamente, não robotizada (que faz o que o apresentador manda), ensaiadas previamente dando um falso ar de animação e alegria como acontece em todos aqueles canais populares que você conhece. De vez em quando a TV Brasil (do Rio de Janeiro) apresenta musicais corretos. Como é uma televisão oficial, possivelmente a partir do ano que vem sofrerá mudanças em suas programações, tornando-a bem mais brasileira. E pode ser que voltem as músicas de outrora ou que surjam boas novas.

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