Quando um monarca ou presidente vai fazer uma visita a uma cidade, na frente vão os batedores. Jesus, o Rei dos reis, teve um batedor que abriu o caminho para ele passar. Malaquias, o profeta, no final do seu livro, adverte e avisa: “Lembrai-vos da lei de Moisés. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a toda a terra com maldição. ”
Antes de Jesus iniciar o seu ministério, João Batista, o Elias prometido, veio para preparar o caminho para o Senhor da glória. Isabel foi a sua mãe e Zacarias, o sacerdote, foi o seu pai. Lucas, o historiador e médico, afirma que Maria, a virgem, recebeu a notícia da gravidez de sua prima Isabel, através do anjo Gabriel. Disse o mensageiro de Deus para a bem-aventurada: “E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas. ”
Maria que vivia em Nazaré, resolveu visitá-la e foi para a região montanhosa de Judá. Quando entrou na casa de Zacarias, o sacerdote, esposo de Isabel, saudou-a com o “shalom”, isto é, com a Paz, costume do povo judeu. Lucas, o médico, afirma que a criança, que estava no ventre da esposa de Zacarias, estremeceu. Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, disse, em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Isabel reconheceu que Maria fora agraciada por Deus, pois entre todas as mulheres do mundo havia sido escolhida para ser a mãe do seu Redentor. Reconheceu que Jesus era o seu Senhor e Salvador. Depois, comprovando as suas palavras, disse: “Pois logo que chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro em mim. Bem-aventurada (feliz) a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor. ”
João Batista, a criança que estava sendo gerada no ventre de Isabel, se alegrou, ouvindo a saudação de Maria, que gerava no seu ventre a encarnação da segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus foi a alegria de João e é a alegria de todos os homens. Cumpriu-se em Maria as profecias e promessas de Adonai. Cumpria-se em Isabel a profecia de Malaquias. Gerava Maria o Redentor dos escolhidos de Deus. Gerava Isabel o homem que ia abrir o caminho para o Senhor e que, num testemunho, diria: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. ” Não gerava Isabel, como se fosse uma reencarnação, Elias, pois o tisbita não morrera, porém fora levado para o céu sem provar a morte. João Batista estava vindo ao mundo no espírito e na força de Elias. Com referência a este fato tão importante, Cristo, numa conversa com seus discípulos, referindo-se a João Batista, disse: “Eu, porém vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes fizeram com ele tudo quanto queriam. Assim, também o Filho do homem há de padecer nas mãos deles. Mateus, que narrou tal fato, afirma que os discípulos reconheceram que Jesus se referia a João Batista.
João Batista não somente abriu o caminho para Jesus, mas apresentou-o para todos os seus discípulos e multidões de ouvintes. Se João apresentou Jesus como Deus, Jesus apresentou João como Elias, o seu batedor, uma vez que afirmou: “Ele mesmo, João, é Elias que estava para vir. ”