Os dias da nossa vida

O tempo passa e como passa! Faço minhas, com devido respeito, as palavras românticas do escritor Ricardo Azeredo: “O tempo não para. Só a saudade que faz as coisas pararem no tempo. ”
Lembro-me dos tempos de outrora, quando o amor era platônico, uma vez que a timidez não deixava extravasar o amor por quem na verdade amava. Faltava a intrepidez que só o tempo fazia com que ela brotasse como um vulcão. Ficou, no entanto, a saudade, uma vez que a lembrança ficou gravada no recôndito da alma.
Agora, no presente, lembrando dos tempos idos e não vividos, nas horas mortas da noite, quando a alma precisa meditar, preparando-se para a eternidade, surge, na mente, as palavras do salmista: “ Senhor, a ti clamo, dá-te pressa em me acudir; inclina os ouvidos à minha voz, quando te invoco. Suba a tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina. Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. Não permitas que meu coração se incline para o mal. ” Ó Senhor, guia-me pelo caminho eterno e que as minhas lembranças não me façam transgredir a tua lei.
Vem, depois, o recitar dos salmos, pois na infância, a minha querida mãe, fez gravar, na massa cinzenta do meu cérebro, o Verbum Domini, isto é, a Palavra de Deus. Ela não queria que, o filho querido do seu coração, se afastasse do ministério sagrado, que ela dedicara. Todos os dias, com a paciência que o Eterno lhe presenteara, ensinava a lei divina e, com a Escritura, os cânticos de Davi.
Assim, “o Senhor era o meu Pastor, e “bem-aventurado era o homem que não andava segundo o conselho dos ímpios. ” Todas as noites, genuflexo, mas com os olhos no céu, dizia e respondia: “Elevo os meus olhos para os montes; de onde me virá o socorro? – O meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra. ” Depois, com as mãos espalmadas e juntas, sempre olhando para o céu, orava com a minha mãe querida: “Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome. ” E por aí vai.
Minha mãe, logo em seguida, me colocava na cama, cobrindo-me e antes de sair do meu quarto, me beijava e eu dizia: Bênção, mãe. Ela respondia: Que Deus te abençoe, meu filho. Eu, lá do meu quarto, gritava: Bênção, pai. Ele dizia: Deus te abençoe, meu filho. Com aquele ósculo santo de minha mãe eu dormia e sonhava com os anjos lindos do céu.
“Como era belo esse tempo de tão doces ilusões, de tardes belas, amenas, de noites sempre serenas e de estrelas vivas e puras, ” como diria Casemiro de Abreu.

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