Na última campanha eleitoral, um dos candidatos disse, prometendo: “Vou erradicar a miséria deste país. Não haverá mais pobres”. A promessa era boa e, caso conseguisse, o Céu seria aqui na Terra e, de um modo particular, no Brasil. Todos os miseráveis do mundo viriam para cá. Ele não ganhou a campanha.
Lembrei-me, na época, das palavras de Jesus ditas na casa de Simão, o leproso: “Os pobres sempre os tendes convosco, porém a mim nem sempre me tendes”. A pobreza sempre existiu e sempre existirá. Tive um professor, no Seminário Presbiteriano Conservador, que citou várias razões, sociologicamente, da pobreza. Cito apenas algumas, sem apelar para a disciplina de Comte: Quando era menino, conheci um senhor de meia idade que vivia de esmolas. Todos os dias ele saía com uma bengala na mão, óculos escuros, como se fosse cego e ia para a Praça da Sé. Ficava num lugar fixo, longe dos moradores do Bairro de Vila Matilde, pedindo donativos. Tinha esposa bonita, cinco filhos, sendo um menino e três meninas. Possuía casa própria, porém vivia da caridade dos bondosos que passavam pela praça. Ele não era cego e possuía boa saúde. Conheci, também, um menino que foi adotado por uma família da classe média. Quando era criança, pois fora adotado na primeira infância, foi tratado como um príncipe. Não gostava de ir comprar pão e leite no armazém de secos e molhados do Sr. Pedro, que ficava na mesma calçada de sua casa. Foi crescendo e quando pedia para que ele fizesse qualquer serviço caseiro, alegava ser menor de idade. Não gostava de estudar, mas dormia bem, comia bem e vivia bem, sem trabalhar. Não nascera, como um dia afirmou, para trabalhar num lugar fechado. Acontece que não trabalhava nem num lugar fechado e nem num lugar aberto e assim, envelheceu, vivendo às custas dos outros. Não sei qual foi o seu fim. Há, no entanto, pobres verdadeiros.
Os primeiros cristãos formaram uma comunidade. Lucas, o médico, afirma, no seu livro “Atos dos Apóstolos”, que da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Não havia necessitados entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então se distribuía a qualquer um a medida que alguém tinha necessidade. Logo surgiram problemas, pois muitos, que não eram cristãos, verdadeiramente, não queriam trabalhar e viviam às custas dos outros e alguns mentiam, dizendo que venderam por um preço menor e ficavam com parte do dinheiro. Este negócio de tudo em comum, nunca deu certo. Exemplo: Ananias e Safira. Diante disso, Paulo, o apóstolo, escrevendo aos tessalonicenses, disse: -“Porque, quando ainda estava convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma”.
Paulo era tecelão, trabalhava no seu ofício, pregava o Evangelho e dizia, admoestando: -“Porque bem lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois trabalhando noite e dia para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o Evangelho”.
Salomão, o terceiro rei de Israel, disse: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso…” Leia o texto todo que se encontra em Provérbios, capítulo seis, versículo seis em diante. É interessante. Não seja preguiçoso. Os pobres, verdadeiramente pobres, devem ser auxiliados, pois Cristo disse: “Tu, porém, ao dares esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”. Sublinhe o verbo recompensar. Jesus disse, também: “Seja simples como as pombas e prudentes como as serpentes”. Entendeu, caro leitor?
Falecidos da Semana
13 DE DEZEMBRO DE 2024 ESTELA DE ALMEIDA ESPOLAOR DATA/LOCAL DO FALECIMENTO: 13/12/2024 ÀS 00:38 HS EM ITAPETININGA-SP IDADE: 100 ANOS PROFISSÃO: APOSENTADA ESTADO CIVIL: VIUVA DO SR. MARIO ESPOLAOR...