Ele poderia ser cognominado o “Fantasma da Noite”. Durante muitos anos, quase toda madrugada, um vulto atravessava as ruas da cidade em desabalada carreira. Era um homem de estatura média, totalmente careca, com uma frondosa barba, geralmente de calção preto. Era visto, não só pelos notívagos, como também pelos passageiros que desembarcavam dos trens da antiga Sorocabana, provindos do sul do país. Eram viajantes, representantes comerciais e famílias que trocavam de cidades. Surpreendiam-se, as vezes assustados e curiosos, com a estranha figura correndo nas proximidades da estação.
Era o conceituado barbeiro Osmair Meira, cujo estabelecimento situava-se na Rua Saldanha Marinho, ” quase esquina com a Barbosa Franco.
Irmão do Eleuse Meira, jogador de talento da velha Associação, Osmair cultivava o hábito do pedestrianismo todas as madrugadas. Era conhecido e querido pela comunidade., que o admirava e o respeitava.
Participava de várias competições que se realizavam na região e sempre era bem sucedido.
Certa ocasião, defendia a cidade em uma disputa no Clube de Regatas Tietê, na capital paulista. Encontrava-se em primeiro lugar na competição, quando, repentinamente, abandonou a prova e saiu andando lentamente sem dar a menor satisfação. Ninguém soube a razão dessa sua atitude. Aliás, muito comentada até no Jornal Gazeta Esportiva. Várias agremiações esportivas do estado de São Paulo o convidaram para levá-lo, mas ele nunca quis sair de sua cidade.
Além de barbeiro, corredor. Osmair era também, como seu irmão, jogador da Associação. Um personagem para ser lembrado
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