Outros sons

O renomado cronista musical (e também político) da Folha de São Paulo escreveu dias destes que quando Elvis Presley (um dos mitos do século 20) começou a dedilhar sua guitarra elétrica para a grande mídia no final de 1956, tido como um dos precursores do “rock and roll”, praticamente a grande canção norte-americana cantada por Bing Crosby, Doris Day, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e outros renomados, deixaram de ser protagonistas do “show” norte-americano por um longo tempo.
Surgia assim, nos Estados Unidos, a “música da juventude” e os “cantores da juventude”. E aquelas canções românticas, até melosas que escutávamos e víamos no cinema norte-americano cedeu lugar a um som barulhento (até excessivamente) com cantores se contorcendo nos palcos, causando desmaios entre os fãs em lugares abertos para abrigar multidões que pareciam hipnotizadas com o que viam no palco.
E junto com o novo som (que com Elvis Presley parecida até doméstico) surgiram outras libertações dos moços, como: a liberação do sexo, das drogas, do vestuário e outros modos de comportamentos não permitidos até então. Até na política essa juventude começou a influir como serem contra a Guerra do Vietnã (décadas de 1960 e 1970) e contra o governo presidencial americano da época (ou épocas). E na França de 1968 quando os estudantes enfrentaram por dias (em mais) a polícia. Eram as pedras das ruas paradíssimas contra os fuzis da soldadesca francesa.
Por um tempo o mundo ocidental mudou, inclusive com o surgimento do conjunto inglês Beatles, em 1965. No Brasil também, até então músicos e cantores de rádio, televisão, do disco (LP então) eram artistas (muitos de meia idade) que encantavam todas as idades.
Na década de 1950 (pelo menos até o surgimento do rock) uma cantora como Ângela Maria, da Rádio Nacional e Mayrink Veiga do Rio de Janeiro atraíam milhares de pessoas em seus recitais de música popular brasileira (sambas, sambas-canções, boleros, guarânias). As meninas (de dez, onze anos de idade) sabiam de cor (e salteado) os sucessos musicais das cantoras, cujos temas não tinham nada a ver com elas (fossa, amor traído e outros). Não haviam cantores da juventude. Um intérprete era único, para todas as idades e para todo o Brasil.
No final de 1956 com o surgimento do “rock and roll” tudo mudou. E é por isso que o pessoal da chamada “melhor idade” (setenta, oitenta para cima) estranha quando a cantora americana Taylor Swift (quem é? Perguntam eles) leva multidões de fanáticos espectadores para suas apresentações no Rio de São Paulo. E cantam com ela, em inglês, como se fosse uma marchinha carnavalesca de outros tempos, daquelas que todo mundo sabia.

 

Se fato é foto…

O itapetingano Clineu de Mello Almada Filho (médico geriatra) numa entrevista ao vivo na rádio Super Difusora de Itapetininga FM.

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