Até para suportar o horroroso custo de vida (inflação, alimentos caríssimos, alta da gasolina, salários baixos, pouco consumo de mantimentos, até os ovos de páscoa estão com os preços “pelas nuvens”, desemprego) enfim, tudo o que possa ser pior, produzido por este Governo Federal que assola a vida dos brasileiros, para melhorar um pouco o conturbado cenário nacional estreou há algumas semanas no horário nobre da TV Globo, nove e meia da noite após o “Jornal Nacional” a novela, original de Benedito Ruy Barbosa, “Pantanal”. Esta nova versão da edição de 1990, pela TV Manchete do Rio de Janeiro (já extinta) que na época balançou em muito a audiência de outra que passava no mesmo horário na poderosa TV Globo. Neste mesmo período (1990), quem poderia imaginar que um roteiro não urbano, que focalizava apenas um matagal de Matogrosso (agora também do Sul) pudesse rivalizar com as histórias urbanas, dinâmicas, cenografia, carpintaria e o requintando elenco da Globo. Mas enfrentou e saiu-se muito bem. Agora com uma grandiosa produção da emissora do “tim-tim” começa seu percurso. Uma super produção como diz a propaganda. Feita com todo o requinte profissional da estação carioca. Basta ver os créditos com os nomes dos que colaboram com a novela no final de cada capítulo. Dezenas de técnicos em cada setor da produção. Além de tudo, o translado do pessoal para lá (Pantanal) não ficou barato.
Em alguns momentos “Pantanal” exala uma paz para quem assiste: a vegetação, as feras, o caudaloso rio, as canções de Almir Sater, a trilha sonora como um todo (é uma delícia ouvir “Chalana”), a roda da boiada, o vozeirão empolgante de Maria Bethânia na abertura cantando uma música que tem o mesmo nome da novela. Mas “Pantanal” não mostra apenas uma paz, uma tranquilidade. Não conheço o assunto todo, mas já nos primeiros capítulos mostra o conflito de quem possui e não possuí terras, além de trabalho na lavoura que lembra uma semiescravidão. Mostra também o misticismo reinante no sertão onde a personagem Maria Marruá (a atriz Juliana Paes) que enfrenta e domina as onças-pintadas (bem brasileiras) e que tem uma filha, Juma, que se transforma em bicho.
A dupla romântica (obrigatório nas novelas) não é tão “romântica” assim. Nesta primeira fase que acabou dia onze, segunda-feira, os personagens José Leôncio (ator Renato Goes) e Madeleine (atriz Bruna Linzmeyer) brigam (até violentamente) após o nascimento do filho. Ele, do mato, Ela, da cidade (carioca do Rio) será que iria dar certo?
Ainda nesta primeira fase, digna de atenção do ator que interpreta o personagem José Leôncio, moço, Renato Goes. Ele não é propriamente um principiante, pois já trabalhou em algumas novelas e numa minissérie que tratava do período da ditadura civil-militar brasileira em sua mais truculenta fase (torturas e assassinatos dos que lutavam contra ela). O personagem nesta minissérie de Renato Goes é vítima do Golpe Militar. Renato como José Leôncio, moço, está perfeito. Ele, na pele de seu personagem enche a tela, o ator assimilou muito bem as características, os modismos, a expressão corporal, as falas de um Rei do Gado. Sai de cena e vai fazer falta.
Só para lembrar: Outro ator que poderia estar em “Pantanal” seria Domingos Montagner, infelizmente falecido prematuramente em 2016.
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