Até seu nome soava melodicamente, tal a integração que ele tinha com a música. Músico, compositor e maestro, Pedro Bloes foi admirado em Capão Bonito, onde nasceu, mas também em Porto Feliz, Itaberá, Guapiara, localidade em que deixou sua marca artística.
Filho de imigrantes italianos, Pedro constituía-se no sexto de uma família dez filhos, rigidamente educados sob os princípios cristãos pelo pai Giovanni Bloes e Lucia La Greca, estabelecidos, inicialmente, em Capão Bonito. Seu espírito sensível direcionou sua vocação para a música, cursando então a Escola de Música, do famoso maestro italiano Vitalino Bianchi, “Mestre Vitalino”, que fez com que o pequenino Pedro, aos oito anos de idade, desabrochasse seus primeiros passos na difícil “arte de compor melodias”, integrando-se então nas fileiras de exímios e velho, músicos da Banda daquela localidade. E foi nessa corporação musical que ele atuou como contramestre desempenhando muitas vezes o papel do velho Maestro Bianchi à frente da Banda.
Versátil e criador, fazendo da música uma verdadeira arte, surgiam nas estantes dos ensaios, as partituras mais variadas: de ópera, Operetas à Sinfonias, Valsas, Marchas, Dobrados, Maxixes, Sambas, todas de sua autoria. Dentre as produções destacam-se as sinfonias para solo e Banda como “Di La Greca” – para sua mãe; “La Romanina”, recordando a cidade eterna; “Dobrado Sinfônico Dom Aguirre” – por ocasião do Jubileu Episcopal do 1º Bispo Diocesano de Sorocaba; “Gibé” – baixista da Banda e funcionário do setor de limpeza da Prefeitura de Capão. Aos poucos suas composições ganhavam mais e mais dedicatórias: “Valsa para Elisa” (para a esposa); Dobrado “Pedro Bloes”; “Margarida”, para a filha e dezenas delas, “fazendo da música a verdadeira arte e refletindo sua alma de grande gênio”.
Além de músico, compositor e regente, exercia a profissão de alfaiate, onde pontificou pelo corte italiano, de caída impecável e muito bom gosto, manejando a agulha com a mesma destreza da pena e da batuta.
O jovem músico-alfaiate tocava qualquer instrumento que lhe chegasse às mãos, pois era perito nos instrumentos de madeira quando em flautim, flauta, clarineta e virtuosíssimo na requinta e violino.
Após permanecer algum tempo em Itaberá, onde muita gente sonhou com suas românticas serenatas, retornou a Capão Bonito, conhecendo e casando-se com Elisa, em 1925. Deste consórcio nasceram oito filhos: José Bloes Neto – sacerdote, músico, maestro, compositor, poeta, jornalista, dramaturgo, teatrólogo; Maria Tereza Bloes, professora; Maria Antônia Bloes, professora; Margarida Maria Bloes (Margha) professora de Português e Francês, dramaturga, teatróloga; Antônio Carlos Bloes, advogado e Procurador de Estado e Ana Maria Bloes, professora.
Dez anos após o casamento, o maestro-compositor foi convidado a reger a então famosa Banda Lírica de Itapetininga, percorrendo com ela toda a região e sendo admirado pelos arranjos, que produzia, “arrancando aplausos de grandes plateias”. Novamente em sua cidade natal, volta como maestro da corporação musical “Sete de Setembro”, da Prefeitura daquele município, regendo também a “Orquestra e Jazz do Clube Capão Bonitense”, apresentando-se em diversas cidades do Estado e, igualmente, na capital paulista. Dado sua competência e dedicação na arte que “Deus lhe proporcionou” esteve em Porto Feliz reerguendo a corporação da “Cidade das Monções”. Trabalho semelhante realizou em Guapiara, onde teve perpetuado sua imagem na “Galeria dos Maestros da Cidade”.
Em Itapetininga, onde passou a residir a partir de 1953, continuou a reger “Lira”, passando a ser visto e aplaudido, periodicamente, tocando piano na saudosa “Rainha do Sul”, acompanhado ao órgão pelo filho do sacerdote.
Uma rua que leva o nome de Pedro Bloes deixa gravada singelamente na cidade de Itapetininga a figura desse homem que teve a música em si próprio, que se comoveu com harmonia dos doces sons e só amou o próximo.
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