Governar, país, estado ou município, não é tarefa fácil, e tampouco muito difícil.
A maior carga que recai sobre o administrador público costuma ser o pacote de promessas de campanha, não raro uma visão marqueteira dos problemas sofridos pela população. Nenhum problema será forte o suficiente para resistir à eficiência e empenho da nova administração…
Iniciada a gestão, as oposições surgem travestidas de colaboradoras, como que dando um crédito para as ações iniciais. No fundo, torcem pelo desastre e pelo surgimento de fatos que justifiquem discursos indignados e denuncias escandalosas.
No limiar dos governos, o grande entrave à boa gestão são os apoiadores, condicionais ou incondicionais. Os incondicionais, militantes idiotizados e parentes ainda não demandantes por heranças, tratam de defender e justificar qualquer estrumada oficial, e toda crítica é rebatida lembrando erros do passado ou imaginando um plano diabólico para desacreditar os novos mandatários.
Os apoiadores condicionais demolem as gestões ainda no nascedouro, pois são mantidos com cargos, verbas e influências que vitimam a eficiência administrativa e a probidade. Existem, forçoso reconhecer, a existência de bons apoiadores, que cobram, dos governos, tão sómente honestidade.
É tendencia dos novos governantes a crença de que são reis, pois o ambiente de trabalho é, desde sempre, moldado de maneira a refletir palácios e côrtes, com subalternos que caem de rir antes do fim da piada, bobocas que aplaudem qualquer asneira dita pelo chefe e solícitos extremados, que viabilizam qualquer desejo pessoal do mandatário, ainda que absurdo. Alguns mandatários, despreparados para o cargo, chegam a sentir-se deuses.
Se o novo governante conseguir escapar da sanha dos maus apoiadores condicionais, nomeando os primeiros escalões com base em perfis adequados, eficientes e honestos, poderá iniciar uma gestão promissora. Se contudo, fizer dos cargos comissionados objetos de barganha, estará iniciado mais um desastre político e administrativo.
Passada a fase inicial, resta ao governante, a cada procedimento, indagar de sua legalidade, suficiência de recursos e, sobretudo, de sua condição no rol de prioridades. No Brasil, a corrupção, gigantesca, chega a ser menos danosa que a falta de atendimento às prioridades. Um ladrão pode ser condenado e forçado à restituição, mas uma obra não prioritária agrava a carência de outras, e de nada adianta sua demolição.
Gastos inúteis, cargos meramente figurativos e obras suntuosas, até desnecessárias, em país, estado ou município com tantas carências, constituem um cancro em nossa história política e administrativa, de difícil solução. Precisamos de mandatários mais humildes e menos personalistas, que não passem o dia com pobres para depois dormirem com os ricos.
Precisamos de gestores que não se deixem maravilhar por séquitos e mordomias, e saibam que administram o que não lhes pertence. Precisamos de eleitos que saibam que conseguiram um encargo, não um reino, administrativo ou ideológico.
Obras no Solar dos Rezende foram determinadas pela justiça
A remoção do telhado do histórico Solar Ananiza Rezende que chamou a atenção dos moradores de Itapetininga nos últimos dias, foi uma determinação da Justiça. A informação foi confirmada pela...