Fui várias vezes no Sambódromo do Rio de Janeiro, na avenida Marquês de Sapucaí assistir “in loco” o desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial (ou I ou A) tanto nos dias de carnaval propriamente dito como na Apoteose (ou das Campeãs) quando, no sábado posterior, apresentam-se novamente no corredor ou passarela do conjunto arquitetônico carioca. O estar no sambódromo é uma sensação que não se esquece para os fanáticos, amantes e mesmo admiradores das entidades que abrilhantam os folguedos da ainda denominada “Cidade Maravilhosa”. Você está ali interagindo (mesmo que não desfile) com as pessoas próximas, conhecidas ou não (quase ninguém vai sozinho), com a empolgação (alguns mais, alguns menos) dos componentes, das alas (com suas fantasias) das porta-estandartes e mestres-salas da sempre famosa “ala das baianas”, dos carros alegóricos, da beleza de algumas mulheres, do “samba no pé”, da bateria com seus trezentos componentes, do samba-enredo, do “puxador” do samba e seu séquito, por aí. Impossível assistir sentado (quando as escolas de samba passam pelos setores das arquibancadas, onde o povo das classes medias e de baixa renda se situam, todos ficam em pé).
As alas tem que se harmonizarem com o tema central, mas este, muitas vezes, é incompreensível, só o júri entende, apesar dos esforços dos apresentadores televisivos em explicá-los. Enfim a escola de samba é uma síntese (ou reunião) dos antigos blocos de rua, grupo de frevos, maracatus, emboladas e outras categorias musicais do Rio antigo. Também tomou posse dos desfiles, clubes ligados a carros alegóricos que desfilavam no centro da cidade com mulheres rechonchudinhas (ao gosto da época) e que apareciam nas reportagens sobre Momo, nas paginas da muito lida revista “O Cruzeiro” nas décadas de 1940, 1950 e 1960.
Mas, as escolas de samba mudaram (o que não muda!) principalmente nos quesitos: ritmo, bateria e samba-enredo, quase tudo por causa da televisão. Quando elas começaram a ter seu rebolado apresentadas “ao vivo” pelas câmeras das emissoras televisivas, passou a ser um “show”, um espetáculo transmitido em rede nacional, e tiveram que subjugar-se a determinadas regras. Afinal elas seriam amparadas economicamente pelos patrocinadores das imagens televisivas. Tudo com o aval do “jogo do bicho”. Patronos das escolas os bicheiros começaram a se tornarem importantes na “mídia”. Saíram do submundo e se tornaram respeitáveis personagens, por muito tempo. A televisão impôs burocracia – o desfile de cada agrupamento teria hora para começar e terminar se não perderiam preciosos pontos. O ritmo do samba acelerou-se para dar mais movimento ao espetáculo de tal forma que os sambas-enredos ficaram parecendo marchinhas.
Muitas vezes os temas ficaram hollywoodianos sem nada a ver com o espirito brasileiro. E lamentavelmente, o canto dos passistas passaram a nãos ser ouvidos, abafados pelos sons das baterias e dos puxadores (cantores) ao longo do sambódromo. Uma pena. Até as mais tradicionais como a Portela e Mangueira aceitaram tais mudanças. As apresentações ficaram muito rápidas, sem a original cadência do samba. Parece que nos próximos carnavais alguns requisitos (só alguns) antigos voltarão a serem retomados. Tomara…
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