Numa dessas noites agradáveis, em conversa informal, o estimado amigo e colega, colunista Ivan Barsanti, entre outros assuntos, começou a falar, com sapiência, de Emilinha Borba, uma das maiores cantoras do Brasil.
Atuando por dezenas de anos na fantástica e inesquecível Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, famosa na época, como a atual Rede Globo. Colocava no ar, diariamente, programas que abrangiam assuntos diversificados e dos mais atraentes. Uma programação, ouvida e apreciada, cantada e decantada, em todo o território nacional e, cujo sucesso, alcançava também vários países do exterior.
O professor Ivan Barsanti, conhecedor profundo da espetacular e inigualável emissora, relatava, com inteira capacidade todos os programas do nomeado prefixo PRE-8, Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Discorria com os mínimos detalhes da programação, salientando o fabuloso quadro dos cantores e cantoras, conhecendo a vida de todos eles.
Mas, sua paixão, no entanto, ali [ás desenfreada recaia na “Miloca”, por muitas vezes Rainha do Rádio, Rainha do Carnaval Carioca e Madrinha da Marinha. Era Emilinha Borba, jamais esquecida pelo povo.
Ivan, teve a grata felicidade de conhece-la, quando esteve no Rio de Janeiro e sempre pensando nesta musa favorita. Diz que seu coração batia forte, pela possibilidade de “privar por alguns instantes da intimidade desta estrela maior”.
Pois o nosso conhecido cronista, naquele longínquo 1979, emocionou-se quando se aproximou de Emilinha, em um expendido edifício no bairro do Leme, levado por um parente residente na cidade Maravilhosa.
Na época, ela estava completando 40 anos de carreira de pleno sucesso, que começou quando Carmem Miranda levou-a para cantar no Cassino da Urca. Ela era tão “monumental”, que se quisesse, podia se dar ao luxo de ficar em casa, com os troféus, as faixas e os álbuns de todas as reportagens que registraram sua fama, alimentando-se de um passado de glórias.
Cantando músicas de muito sucesso em toda as plagas brasileiras, foi por diversas vezes a “Rainha do Rádio”, inclusive sendo escolhida para se candidatar a deputada estadual, no Rio de Janeiro. Mas preferia sair no Carnaval, por uma agremiação carioca. Tanto que nos carnavais suas músicas eram as mais cantadas, não só no Rio como em todo o vasto Brasil, como muito bem lembra Ivan. Gravou de inteiro êxito, com vendagem de milhões, discos em ritmos de samba, choro, samba canção, valsas e as marchinhas de carnaval. Destacou-se diz Ivan, com as carnavalescas “Minina vai”, “Se a canoa não Virar”, ou a dramática “Dez Anos”, a rumba “Cubanacan” e cantando Noel Rosa, “O X do Problema”, entre centenas de outras. Naquelas décadas, como agora, esclarece Barsanti, o “Brasil contava com cantoras de alto nível como Dalva de Oliveira, Dircinha e Linda Batista, Marlene, Carmem Miranda, Aurora Miranda, Araci de Almeida, Angel Maria e Isaura Garcia, só para citar algumas.