Estava eu no Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 2006, num sábado, quando houve o “mega show” dos Rollings Stones nas areias de Copacabana, previsto para mais ou menos um milhão de pessoas. Apesar do alvoroço reinante na cidade, não estava “nem aí” para a apresentação da famosíssima banda de “rock and rool” inglesa. Meus conhecimentos (e gosto) por este ritmo são restritíssimos. Começam e terminam nos primeiros gingados do norte-americano Elvis Presley entre o final de 1956 e início de 1957, começo do rock, portanto. Minha estadia na “belacap” (era assim que chamávamos o Rio na década de sessenta) era de poucas horas, nem um dia inteiro, e queria aproveitá-las da melhor maneira possível. Afinal Rio é Rio, apesar de tudo. E fizemos isso na parte da manhã com um grupo daqui de Itapetininga. Fomos do centro da cidade para um circuito cultural e começamos no Cuco do Teles onde situa-se a Travessa do Comércio e entre as casas, chegamos naquela que morou a cantora Carmen Miranda, com sua família, bem no início de sua carreira artística na radiofonia carioca (antes, bem antes de Hollywood, USA). Depois, ruas imperiais e depois, ainda sob o signo do Império: a Sete de Setembro, Ouvidor, Gonçalves Dias e… a Confeitaria Colombo (oh!) com todo o seu estilo “art-deco”. Também fomos na Praça Tiradentes, a dos Teatros e por aí.
Chegamos na Cinelândia, na Biblioteca Nacional (cujos anteriores aparecem muito na televisão). Andamos na Rua da Carioca, onde alguns casarões continuam intactos e belos. Depois, separei-me momentaneamente dos meus conterrâneos e segui para a pra de Ipanema, mas para ir até lá teria que passar por Copacabana (de ônibus, lógico), que seria o local da grande apresentação dos Rollings Stones. O problema estava ali. Meti-me num ônibus sabendo que ia ficar muito tempo nele. E fiquei. Para “matar” tal tempo ia observando o cenário carioca num calor de 35 graus. Nas travessas, tribos de todo o Brasil (com bandeiras de seus estados) chegaram para assistir os acrobáticos moços dos Stones. Eram muitos os sotaques, cores, cheiros nacionais. Queria chegar o mais rápido possível em Ipanema para ver o ensaio do bloco carnavalesco “Simpatia é Quase Amor” que naquele ano, 2005, levava consiga de 10 a 15 mil foliões cantando saborosas marchinhas carnavalescas (hoje, o bloco leva uns 100 mil”).
Homens, mulheres, velhos, jovens, crianças, bebezinhos de colo, todos da bateria do “Simpatia” cantando Alalaôôôôôôô… Era este o Rio que também queria ver.