Tragédias que não foram anunciadas

Daniel Pizza, jornalista de “O Estado”,  falecido há alguns anos, em uma de suas apreciáveis colunas, publicadas aos domingos, dizia que “certos passados, o melhor é esquecer do que remexer”.

Mas, como não lançar os olhos naquelas épocas que já vão longe e procurar esquecer fatos verídicos causadores de impacto responsáveis por repercussões, além Itapetininga? Todos considerados trágicos, ou quase trágicos, ocorridos em circunstâncias negativas, desagradáveis e surpreendentes. Claro que, naturalmente, acontecimentos semelhantes devem ter sucedido em outras comunas, mas “a verdade é que neste município ocorrências tiveram eco em proporções dimensionais”, como explica hoje um professor de sociologia de uma das faculdades locais.

Ao transitar pela Rua Aristides Lobo, antiga Rua da Alegria esquina com a Avenida Peixoto Gomide, como esquecer a queima do prédio da Empresa Elétrica Sul-Paulista, num outubro, há 62 anos, quando multidão resolveu dar um paradeiro à concessionária que não oferecia serviços nem razoáveis à cidade, encontrando-se sempre deficiente de energia elétrica? E o grande incêndio no depósito da Cia. Soares Hungria, localizado na área atualmente ocupada pela Viação Cometa, devastando todo local. Incêndio de proporções alarmantes foi também na residência do conhecido médico Dr. Paulo Braga, sobrado da Rua Quintino Bocaiúva, atrás da Igreja do Rosário. E por que não falar das chamas que consumiram uma grande loja da Rua Campos Sales, local hoje de uma das Casas Bahia?

Lembremos agora dos crimes inseridos na história policial de Itapetininga. O praticado na década de 1940, ocasião em que uma mulher foi assassinada e jogada impiedosamente no fundo de um poço, permanecendo por quase 30 dias, até sua descoberta. O assassinato de um advogado, sendo o autor uma personalidade importante de cidade, entre as Ruas José Bonifácio e Monsenhor Soares, quase em frente ao antigo cine Itapetininga, outro, o atentado a tiros efetuados visando um comerciante, por um empresário de laticínios?

Ainda muitos se recordam da morte de duas pessoas, conhecidas como valentes e dados a brigar por questões mínimas e mortos com arma de fogo no Largo da Santa Casa. Assim como a morte de conhecida figura abatida à bala, em razão de ter provocada acintosamente um professor, que se encontrava pacificamente com a namorada, na Avenida Peixoto Gomide. Mais recentemente a morte de um garçom em virtude de golpes fatais ocasionados por um lutador de judô, também na Avenida Peixoto. Outro crime repulsivo cometido por um elemento tomado por eflúvios alcoólicos, em plena luz do dia, tirando a vida de um “pobre morador de rua”. Recordemos, igualmente, da jovem comerciária, à tarde, em seu estabelecimento, subitamente morta a tiros, pelo seu enciumado namorado, que em seguida pôs fim à própria  vida. Há 78 anos, em 1942, uma das mais belas estudantes daqueles tempos, suicidou-se, porque seu pais não admitia seu namoro com um jovem que a amava. Repercutiu e muito o suicídio de um casal de namorados, em razão da forte oposição dos pais, “ingerindo fatal veneno” e ambos encontrados nas imediações do antigo Seminário, no Bairro da Aparecida.

No cemitério local, repousam os corpos de 11 bóias-frias, mortos em decorrência do acidente de caminhão que os transportava para o trabalho na zona rural em Gramadinho. Acidente de grande repercussão, até agora comentado, refere-se a morte de quatro funcionários do DER, oportunidade que regressavam de Sarapuí e envolvidos no desastre. E o de comoção nacional diz respeito a morte de Teddy Vieira – um dos maiores cantores do Brasil – ocorrido em acidente de carro na Raposo Tavares.

No cemitério São João Batista um túmulo chama a atenção de todos. Cadernos, orações e pedidos são colocados no local, significando a fé de estudantes e outras pessoas solicitando ajuda àquela que repousa no campo santo, há muito tempo. Lenda ou verdade, “uma menina estudante faleceu em conseqüência de um atropelamento e posteriormente seu corpo inerte foi violado”. Por essa razão, não só estudantes e outras pessoas comuns “consideram-na como iluminada e pedem sua  ajuda para a resolução de seus vários problemas”.

Outras ocorrências de triste memória sucederam, e logo foram esquecidas, mas o certo é que fatos assim irão continuar pela vida, isto pela contingência do ser humano. Agora, os lembrados, constituem uma contundente ferida nos anais da história da cidade.

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