É nosso e não é nosso. É nosso, porque temos e não é nosso, porque é concedido. Temos e não temos. Temos posse, mas não temos direitos legais. Diz Cristo, no Evangelho, que um homem foi para um país longínquo e chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. Para um deu cinco talentos, para outro dois e a um outro, um. Jesus afirma que cada um recebeu os talentos de acordo com a sua capacidade. De volta, o senhor chamou os seus mordomos e o que recebera cinco, devolveu dez; o que recebera dois, devolveu quatro e o que recebera um, devolveu um, pois embora tivesse capacidade, não teve coragem de trabalhar e apenas enterrou o talento que recebera.
Os talentos eram dos servos, enquanto o seu senhor estivesse viajando, porém não eram deles. Tinham por obrigação aumentá-los, uma vez que eram servos e como tais deveriam trabalhar, defender, guardar e multiplicá-los.
Temos, na nossa peregrinação terrestre, recebido alguns talentos. Somos mordomos do tempo, todavia o tempo não é nosso, portanto temos e não temos. Somos mordomos do corpo e até dizemos que é nosso, mas não é nosso, uma vez que fomos comprados pelo precioso sangue de Cristo. Paulo exorta: “Glorificai a Deus no vosso corpo.” Somos mordomos do dinheiro, porém não é nosso, porque se Ele, Deus, quer que tenhamos saúde, temos dinheiro, porém sem saúde, até o dinheiro desaparece, portanto, temos e não temos. Temos vida, porque Deus nos deu vida, mas Ele pode nos tirar na hora que quiser e como quiser.
Quando o profeta Samuel nasceu, Ana, sua mãe, num cântico de louvor, demonstrou conhecimento dos mistérios divinos, ao dizer:-“O Senhor é o que tira a vida e a dá, faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.” (I Samuel 2:6)
Salomão, o terceiro rei de Israel, disse:-“Porque para todo o propósito há tempo e modo.” Disse ainda que “tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” (Ecl. 8:6 e 3:11)
Se o tempo não é nosso, mas do seu próprio Criador, que é Deus, devemos aproveitá-lo bem, vivendo o presente como se fôssemos viver sempre, sabendo, no entanto, que a vida é curta e Deus pedirá conta do tempo que foi e não foi aproveitado.
Paulo, quando escreveu para os cristãos de Éfeso, exortou:-“Vede, prudentemente, como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus.” (Efésios 5:15)
Nesta semana, quando se comemora o aniversário de Itapetininga, lembramos com saudade dos que foram e fizeram tudo para que a cidade crescesse.