Em toda minha, já longa, existência, jamais, em tempo algum, pensava em ser contemplado com qualquer distinção por quem quer que fosse, ou por uma possível agremiação.
Pois, eis, que nesses 94 anos de vida, extasia-me grandemente pela homenagem que recebi, com grata e desmedida alegria, nesta última sexta-feira, uma expressiva designação honorífica.
Com o teatro do poderoso Sesi, lotada, assisti a um belíssimo espetáculo teatral, baseado em textos de crônicas, incluídas na antologia que lancei, naquela noite, que versa sobre histórias de nossa cidade.
E o autor da encantadora peça de teatro foi o insigne “mestre” Milton Cardoso, diretor do NAC (Núcleo de Artes Cênicas) do Sesi Itapetininga. Sua competência e capacidade na área foge do frugal, tornando-o um autor de primeiríssima grandeza nas artes cênicas.
Tenho, desde que se instalou aqui, acompanhado o NAC de Itapetininga, dirigido por Milton. Todos os anos os itapetininganos e espectadores de grande parte do estado de São Paulo, têm assistido e se encantado com as criações deste grupo, que conta com jovens, que depois de um ano de estudos e treinamento do teatro, apresentam o resultado deste trabalho e se apaixonam por esta nobre arte. São maravilhosas .
Esta peça, “Crônica de Um Amor Esquecido”, foi escrita a partir de uma colcha de retalhos editadas dos dois livros Vivas Memórias Vols. I e II, e considerada, por todos que tiveram a oportunidade de assistir, de grande valor no resgate histórico de uma Itapetininga (ou qualquer cidade do interior de São Paulo) do final dos anos 1950.
Sobre Itapetininga já foram editados os livros de Galvão Júnior, Carlos Fidêncio, José Vieira de Moraes, Antonio Arthur de Castro Rodrigues, professor Caldas, Francisco Tambelli Neto João Olímpio de Oliveira, Heil Abuazar, entre outros, em épocas passadas.
Sou absolutamente suspeito para analisar qualquer coisa, tamanha é minha emoção nesta altura da vida. Só me resta agradecer profundamente ao grande público que compareceu naquela sexta-feira e sábado passado, Agradecer aos jovens que recriaram com grandeza os seus antepassados.
A vida é feita de surpresas, e essas surpresas não acabam nunca. Sou testemunha disso.