Dias atras recebi como presente das mãos do presidente do Museu da Imagem e Som de Itapetininga, o dinâmico Roberto Soares Hungria, a obra “Itapetininga em foco”, de autoria do itapetiningano Francisco Tambelli Neto (atualmente residindo em Sorocaba) filho primogênito do casal Benedicto Tambelli e Benedicta Cesar Tambelli, neto de Francisco Tambelli e Aurea da Silva Tambelli. Segundo o próprio autor: – “Eu fui fotografo profissional com a firma “Tambelli Foto”, em 1958, estabelecido na rua Monsenhor Soares, 406, na cidade de Itapetininga no tempo que as fotos só existiam em preto e branco. A arte da fotografia sempre exerceu sobre mim, imenso fascínio e admiração por ela, conduziu-me ao profissionalismo durante muitos anos”.
Pronto, está revelado o título da obra “Itapetininga em foco”. O “foco” são as fotografias desta cidade desde o final do século 19 até a época contemporânea. Fazem parte do imenso acervo de Francisco Tambelli Neto, também emblemas e textos que foram cedidos gentilmente por vários colecionadores assim como extraídos dos vários sites da internet. Será difícil aparecer uma documentação mais precisa ou perfeita. As histórias de Itapetininga estão ali nas 576 páginas. Francisco conta tudo, desde a sua infância e juventude nesta urbe, até a história do povo itapetiningano desde a sua fundação, inclusive com fotos interessantíssimas de maquetes da Vila em Itapetininga no século XVIII (naquela época, infelizmente, a fotografia ainda não havia sido descoberta) em 1770. Depois, você encontrará tudo (ou quase) sobre a denominada “Terra das Escolas”. O autor, didaticamente, divide sua criação em setores como as principais ruas, com retratos do que se encontravam nelas no passado e no presente com legendas informativas e, principalmente, a data em que a rua (ex: Campos Salles) ou trechos dela que foram localizadas. Outro exemplo a data da imagem, 1922.
E assim acontece com a Quintino Bocaíuva (antiga rua do Gado) inclusive com imagens de dois ícones dela: o Solar dos Rezendes e a Casa Zebu. Também a rua Saldanha Marinho, o Largo dos Amores e tudo mais. As instituições educacionais, logicamente, não foram esquecidas: As escolas Adherbal de Paula Ferreira, Fernando Prestes e Peixoto Gomide não só com os centenários prédios, mas também no interior delas, suas classes (suas classes em vários anos), formaturas, encontros como o dos formandos do Curso Normal (depois Magistério) – professorandos de 1959, quando dos 50 anos da obtenção do diploma, em 2009.
Segue-se também os esportes, as igrejas, as exposições, artista da terra, tiro de guerra, desfiles de sete de setembro e tudo mais que uma comunidade pode proporcionar. Para os pesquisadores: todas as informações sobre cada câmara municipal e prefeito da época desde 1900 (Antônio Rolim de Oliveira Ayres) até 2020 (Simone Marquetto).
Enfim uma enciclopédia. O presidente do Museu da Imagem e Som, Roberto Soares Hungria recebeu uma carta datada de 17/03/2021, do presidente da 3M do Brasil Marcelo Oromendia e gerente da fábrica 3M de Itapetininga Gláucio Magnusson informando-o sobre a satisfação da empresa em patrocinar a reedição atualizada desta obra fotográfica e histórica sobre Itapetininga, que mantém viva a memória da cidade, permitindo leva ao conhecimento da população e principalmente das novas gerações documentos importantes da história local. Parabenizamos o autor e o Museu da Imagem e Som de Itapetininga pela importante iniciativa, assim como a 3M.
E segundo Roberto: – “Em razão disso 96 escolas municipais daqui receberam exemplares para transmissão aos alunos”.
Afinal, uma cidade sem identidade, não tem alma. E Itapê tem.
