Os milhares de cidadãos que passam constantemente pela Praça do Correio têm a florescência da imaginação sobre uma enorme árvore plantada naquela movimentada área.
Estaria ela com mais de meio século de vida? Quem ou quais foram aqueles que tiveram a feliz idéia de jogar ou espalhar a semente naquele local? Com que finalidade e propósito? Seria, sem dúvida, na época cuidada pelo então comerciante Amador Nogueira, dono de conhecido armazém de secos e molhados e, posteriormente, tendo a atenção e proteção de Zécaborba Soares Hungria, responsável por um supermercado existente na mesma praça.
Seringueira, segundo o conhecido ambientalista Roque Rolim Guilherme e com aproximadamente 65 anos, hoje, a frondosa e admirável árvore, é considerada por quem a conhece “uma verdadeira deusa”, respeitada e adorada pela população.
Crescida e bem vigorosa, como vigilante solerte do antigo Largo Pedrinho Rosa, hoje Praça Manoel Cardoso, figura como integrante de todo logradouro, onde pontificam um supermercado, o Correio e o Mercadão, de meio século de existência, entre outras construções. Também pudera: além dos dois comerciantes (Amador e Zécaborba), taxistas, com pontos sediados na área, também colaboraram para o desenvolvimento da seringueira “como dileta filha”.
Agora, depois daquele longínquo 1949, raízes da própria árvore brotam de seu tronco e espraiam pelo chão alcançando grande extensão do terreno. É a denominada “arborescência”, onde os ramos das plantas se tornam mais consistentes, como já está ocorrendo.
Admirada por todos os pedestres que por lá circulam, inclusive visitantes de várias localidades, que a contemplam extasiados, a seringueira ainda oferece “sombra, saúde e teto para aqueles possuídos pelos eflúvios do álcool”.
Décio Proença, ex-taxista, lembra que na década de 1970, ele e seus colegas de profissão, Jair Vieira, Tadayashi e Dirceu Proença, plantaram a primeira “sibipiruna” entre outras que se localizam atrás da agência do correio, que lá permanecem até hoje. “As sementes foram trazidas pelo meu avô, Marcelino Proença de Andrade”, revela Décio, acrescentando que todas eram cuidadas diariamente, assim também colaboravam na poda da seringueira e das outras árvores.
Recentemente velas acesas têm sido vistas em torno da seringueira e chegou-se a conclusão que algumas pessoas, a fim de cumprir determinadas promessas (pedido de casamento, reatamento de namoro, oração destinada à cura, compromissos de dívidas a saldar, admissão em emprego ou casos considerados impossíveis possam ser solucionados), estão recorrendo à ajuda daquela árvore. Nesta passada quinta-feira, 5, “Dia Mundial do Meio Ambiente”, foram registrados restos de algumas velas acesas em volta da seringueira…colocadas talvez como promessas.
Conceituado Pastor de um Templo Evangélico, consultado a respeito, esclareceu tratar-se de misticismo, isto é, crença religiosa ou filosófica que admite a comunicação entre o homem e divindades, mas “quando recebemos uma graça de cura milagrosa, devemos reconhecer que é obra de Deus…e somente Ele é digno de adoração”.