Uma história funesta

“São imperscrutáveis os segredos recônditos da vida”. A frase, com inteira propriedade, significa sondar, investigar ou averiguar, encontra-se inserida em um dos magistrais e funérios poemas de Augusto dos Anjos. Autor de um único livro “Eu e outras poesias”, com vocabulário marcadamente científico, afastando-se do interesse popular, entendia compreender a alma humana.
Assim ficamos surpresos e meditativos, quando inopinadamente um cidadão de idade madura, solicitou gentilmente que – caso fosse possível – falássemos ou escrevêssemos sobre assunto diferente das crônicas aqui estampadas todas sextas-feiras. A intenção desses trabalhos foi sempre relembrar, através dessas maltraçadas linhas, narrativas que julgamos comover, sensibilizar ou recordar fatos interessantes e pitorescos e curiosos ocorridos na cidade em décadas remotas e que ficaram na memória (a morada da alma).
Para que possíveis leitores (as) sentissem felizes em “ver passar como em um filme fatos considerados agradáveis e saudosos de suas existências. O referido cidadão, funcionário público municipal, pediu no que fosse possível, escrever a respeito de um crime ocorrido há mais de 40 anos, quando duas pessoas morreram baleadas, em razão de uma briga, que parecia finalizar em apenas simples pancadaria sem qualquer tragédia anunciada.
O acontecimento, de grande repercussão, foi divulgado pelos jornais paulistanos “Estadão”, “Diário de S. Paulo”, “Notícias Populares”, e também pela “Tribuna Popular”, “Aparecida do Sul” e “Diário de Itapetininga”, todos desta localidade.
Transcorria célebre a década de 1960, em pleno outono, ocasião em que um jovem, de família respeitada de Itapetininga, juntamente com outro de menos idade, entraram em conflito com um terceiro rapaz – simples, trabalhador e honesto – em um dos bares conhecido e movimentado da cidade e que permanecia 24 horas aberto.
O jovem, famoso pela força e coragem – um tanto provocador e que muitos procuravam evitá-lo, decidiu aplicar uma surra em nesta determinada pessoa que se encontrava se alimentando no estabelecimento.
Provocado e acuado em uma das paredes do bar, após levar violento murro no rosto, conseguiu escapar fugindo para o Largo da Santa Casa. Perseguido pelos dois agressores foi alcançado e vendo-se em condições inferior atirou e matou os agressores. Até há pouco tempo atrás, em um muro próximo a um instituto clínico, na rua Pedro Marques, no mesmo Largo da Santa Casa, encontravam-se sinais dos projéteis disparados.
O episódio, muito comentado, trouxe à tona diversas opiniões. Na época, lembramos que um itapetiningano, admirador do poeta Augusto dos Anjos, declamou durante a madrugada onde se reuniam vários jovens no Largo dos Amores, um dos poemas do livro “Eu”:
“Ninguém assistiu ao formidável enterro, da tua última quimera/ Somente a ingratidão, esta pantera/ foi tua companheira inseparável/ Acostuma-te à lama que te espera/ Pois a mão que afaga é a mesma que apedreja/”.
O responsável pela morte foi absolvido por justa ou questionável razão.

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